quinta-feira, 31 de março de 2011

COMENTÁRIO DEVOCIONAL DE HABACUQUE

HABACUQUE aprendeu que Yehowah, no Seu devido tempo, agiria contra os cruéis opressores. Mas, ‘pela sua fidelidade, o justo continuará a viver’. (2:4) Mas, que outras lições podemos aprender dessa profecia?

Salvação Para os que Têm Fé

Yehowah escuta os apelos de seus servos. Habacuque pergunta: “Até quando, ó Yehowah, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás?” Sim, não há justiça, e os justos vivem rodeados de iníquos. Mas Deus deveras escuta, e, como agente punidor, ‘suscitará os caldeus’. Todavia, como pode ele usar uma potência guerreira? O profeta espera a resposta de Deus, prevendo uma repreensão. — 1:1–2:1.

Apenas os justos e os fiéis continuarão vivos. Yehowah garante isso a Habacuque. Embora talvez pareça haver demora, no tempo devido de Deus a visão profética ‘cumprir-se-á sem falta’. O pretensioso inimigo que saqueia nações não atingirá o seu alvo. Deveras, os caldeus não ficarão impunes. — 2:2-5.

Ai dos Iníquos!

Evite o ganho injusto, a violência e a idolatria. Por quê? Porque a desgraça é certa para quem multiplica o que não é seu, que aufere lucros vis e constrói uma cidade por meio de derramamento de sangue, violentamente obrigando outros a beber o cálice da derrota vergonhosa e confiando em ídolos sem vida. Deus tornará nulo o trabalho de pessoas assim. Far-se-á com que toda a terra conheça a glória de Yehowah, diante de quem todos devem manter-se em silêncio reverente. — 2:6-20.

Espere pacientemente em Yehowah pela salvação. Em oração, Habacuque relembra manifestações passadas do poder de Deus. Entre outras coisas, Yehowah marchou através da terra, trilhando com ira as nações. Ele também saiu em favor da salvação de seu povo. Atônito, Habacuque decide “aguardar tranquilamente o dia da aflição”.
Independente dos maus tempos que teriam de ser suportados, ele exultará em Yehowah e jubilará no Deus de sua salvação. — 3:1-19.

TEXTOS BÍBLICOS EXAMINADOS

• 1:2-4 — A fé de Habacuque em Yehowah como um Deus que não tolera o mal levou-o a perguntar por que prevalecia a iniqüidade. Estava disposto a ajustar o seu modo de pensar. (2:1) Quando nos perguntamos por que se toleram certas coisas, a nossa confiança na justiça de Yehowah igualmente deve ajudar-nos a manter o equilíbrio e esperar nele. — Salmo 42:5, 11.

• 2:5 — Fala-se dos babilônios como homem coletivo que usava a sua máquina de guerra para conquistar nações. Como o Seol e a morte, sempre prontos para receber mais vítimas, ele desejava multiplicar as suas conquistas militares. (Compare com Provérbios 30:15, 16.) Como que influenciado por beber demais, ele inebriou-se com as vitórias. Mas, as suas guerras de conquista findaram quando Babilônia caiu, em 539 AEC.

• 3:13 — O poder salvador de Deus foi muitas vezes sentido pelo seu povo escolhido e ungido, a nação de Israel. (Salmo 28:8, 9) Com o tempo, essa nação produziu o Messias, o “descendente” da “mulher” celestial de Deus. (Gênesis 3:15) Yehowah também salvará os membros desse “descendente”, o restante dos discípulos de Jesus ungidos pelo Espírito, do ataque de Satanás e das nações. — Apocalipse 12:17.

Mais de uma década antes da queda de Babilônia, em 539 AEC, o idoso profeta Daniel teve uma emocionante visão. Ela predisse acontecimentos mundiais que levariam diretamente à guerra culminante entre os inimigos de Yehowah e o Rei designado Dele, Jesus Cristo. Qual foi a reação de Daniel? Ele disse: “Senti-me exausto e . . . estupefato por causa da coisa vista.” — Daniel 8:27.

Que dizer de nós? Vivemos muito mais próximos do fim dos que os profetas. Como reagimos quando nos damos conta de que o conflito observado por Daniel em visão — a guerra do Armagedom, de Deus — está muito próximo? Qual é a nossa reação quando discernimos que a iniquidade exposta na profecia de Habacuque é tão prevalecente, que a destruição dos inimigos de Deus é inevitável? É provável que nossos sentimentos sejam como os do próprio Habacuque, conforme descritos no terceiro capítulo do seu livro profético.

O capítulo 3 de Habacuque é uma oração. Segundo o versículo 1, é expressa em endechas, em cânticos de pesar ou de lamentação. A oração do profeta é feita como se fosse a favor dele mesmo. Na realidade, porém, Habacuque está falando a favor da nação escolhida de Deus. Hoje em dia, sua oração tem muito significado para o povo de Deus que se empenha na evangelização do Reino. Quando lemos o capítulo 3 de Habacuque com isso em mente, suas palavras nos deixam apreensivos, mas ao mesmo tempo alegres. A oração, ou endecha, de Habacuque nos dá fortes motivos para nos alegrar com Yehowah, o Deus de nossa salvação.

Conforme notamos nos dois artigos precedentes, as condições eram muito más na terra de Judá nos dias de Habacuque. Mas Yehowah não ia permitir que esta situação continuasse. Ele agiria, assim como fizera no passado. Não é de admirar que o profeta clamasse: “Ó Yehowah, ouvi as notícias a teu respeito. Fiquei com medo da tua atuação, ó Yehowah”! O que queria dizer com isso? ‘As notícias a respeito de Yehowah’ eram a história registrada dos poderosos atos Dele, tais como os junto ao mar Vermelho, no ermo e em Jericó. Esses atos eram bem conhecidos por Habacuque, e deixaram-no com medo, porque ele sabia que Yehowah usaria de novo seu grande poder contra os seus inimigos. Ao observarmos hoje a iniquidade da humanidade, nós também sabemos que Deus agirá assim como fez na antiguidade. Ficamos por isso apreensivos? Claro que sim! Não obstante, oramos assim como Habacuque: “Aviva-a no meio dos anos! Torna-a conhecida no meio dos anos. Durante a agitação, que tu te lembres de ter misericórdia.” (Habacuque 3:2) No tempo devido de Deus, “no meio dos anos”, que ele use seu poder milagroso. E naquela ocasião, que se lembre de ser misericordioso com os que o amam!

Yehowah em marcha: O que acontecerá quando Deus ouvir nossa oração pedindo misericórdia? Encontramos a resposta em Habacuque 3:3, 4. Primeiro, o profeta diz: “O próprio Deus passou a chegar de Temã, sim, um Santo desde o monte Parã.” Lá nos dias do profeta Moisés, Temã e Parã estavam no caminho de Israel através do ermo em direção a Canaã. Ao passo que a grande nação de Israel avançava no seu caminho, o próprio Yehowah parecia estar avançando, e nada podia impedi-lo. Pouco antes de Moisés morrer, ele disse: “Yehowah — de Sinai ele veio, e raiou sobre eles desde Seir. Reluziu desde a região montanhosa de Parã, e com ele havia santas miríades [de anjos].” (Deuteronômio 33:2) Quando Deus avançar contra seus inimigos no Armagedom, haverá uma demonstração similar do seu irresistível poder.

Habacuque declara também: ‘A dignidade de Yehowah cobriu os céus; e do seu louvor encheu-se a Terra. Quanto à sua claridade, chegou a ser igual à luz.’ Que espetáculo magnífico! É verdade que os humanos não podem olhar para Deus e continuar vivos. (Êxodo 33:20) No entanto, no que se refere aos servos fiéis de Deus, os olhos do seu coração ficam deslumbrados ao contemplarem a magnificência dele. (Efésios 1:18) E os cristãos com discernimento notam algo além da glória de Deus. Habacuque 3:4 conclui: “Havia dois raios saindo da sua mão e ali se escondia a sua força.” Deveras, notamos que Deus está pronto para agir, usando sua mão direita de força e de poder.

A marcha triunfal de Deus significa calamidade para os que se rebelam contra ele. Habacuque 3:5 diz:“Diante dele andava a peste e junto aos seus pés saía a febre ardente.” Quando os israelitas estavam perto da fronteira da Terra Prometida, em 1473 AEC, muitos deles rebelaram-se, envolvendo-se em imoralidade e em idolatria. Em resultado disso, bem mais de 20.000 morreram duma pestilência enviada por Deus. (Números 25:1-9) No futuro próximo, quando Deus marchar para “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, os que se rebelarem contra ele sofrerão similarmente pelos seus pecados. Alguns talvez morram até mesmo de pestilência literal. — Apocalipse 16:14, 16.

Note agora a descrição vívida de Yehowah dos exércitos em ação. Lemos em Habacuque 3:6: “Ele [Yehowah] ficou parado para sacudir a terra. Ele viu, e então fez nações pular. E as montanhas eternas foram despedaçadas; os morros de duração indefinida se encurvaram. Suas são as caminhadas de há muito tempo.” Primeiro, Yehowah ‘fica parado’, como um general que examina o campo de batalha. Seus inimigos tremem de medo. Vêem quem é seu oponente e ficam chocados, pulando de agitação. Jesus predisse o tempo em que “todas as tribos da terra se baterão então em lamento”. (Mateus 24:30) Tarde demais se darão conta de que ninguém pode resistir a Yehowah.

Organizações humanas — mesmo as que parecem ser permanentes como “montanhas eternas” e “os morros de duração indefinida” — desmoronarão. Será então assim como “as caminhadas [de Deus] de há muito tempo”, assim como agiu na antiguidade.‘Acendeu-se a ira’ de Yehowah contra os seus adversários. Mas, que armas usará ele na sua grande guerra? Veja como o profeta as descreve, dizendo: “Teu arco vem a ser descoberto na sua nudez. A coisa dita são os juramentos das tribos. Com rios passaste a fender a terra. Os montes te viram; chegaram a estar em severas dores. Passou um temporal de águas. A água de profundeza emitiu o seu som. Levantou alto a sua mão. O sol — a lua — ficou parado na sua morada excelsa. Tuas próprias flechas iam como a luz. O relâmpago da tua lança serviu de claridade.” — Habacuque 3:7-11.

Nos dias de Josué, Yehowah fez o Sol e a Lua parar numa espantosa demonstração de poder. (Josué 10:12-14) A profecia de Habacuque nos lembra que este mesmo poder será usado por Deus no Armagedom. Em 1513 AEC, Yehowah mostrou seu domínio sobre as profundezas aquosas da Terra quando usou o mar Vermelho para destruir os exércitos de Faraó. Quarenta anos depois, o rio Jordão, na cheia, não foi obstáculo à marcha triunfante de Israel para entrar na Terra Prometida. (Josué 3:15-17) Nos dias de Débora, a profetisa, chuvas torrenciais levaram embora os carros de guerra de Sísera, inimigo de Israel. (Juízes 5:21) Essas mesmas forças de inundações, chuvas torrenciais e profundezas aquosas estarão à disposição de Deus no Armagedom. Ele também tem na mão trovões e relâmpagos, como lança ou como uma aljava cheia de flechas.

Deveras, será espantoso quando Yehowah manifestar o seu grande poder. As palavras de Habacuque sugerem que a noite se tornará dia e o dia será mais claro do que o Sol poderia torná-lo. Quer esta inspirada descrição profética seja literal, quer simbólica, uma coisa é certa — Yehowah prevalecerá, não deixando nenhum inimigo escapar. 

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