quinta-feira, 31 de março de 2011

DEVOCIONAIS QUE MUDARAM SUA VIDA

SÉRIE DE DEVICIONAIS QUE MUDARÃO A SUA VIDA

Satanás, o Diabo, é caluniador, porque o nome grego para Diabo, diábolos, significa “acusador” ou “caluniador”. A calúnia é uma das suas especialidades, e ele procura usá-la na igreja. Seu método favorito é a tagarelice. Permitimos que ele faça de nós joguetes em suas mãos com esta conduta que não é santa? Como se poderia dar isso? Por dar início à tagarelice, por repeti-la ou por escutá-la. O provérbio sábio declara: “O homem de intrigas continua a criar contenda e o caluniador separa os que estão familiarizados uns com os outros.” (Provérbios 16:28) Que antídoto há para a tagarelice e a calúnia? Devemos certificar-nos de que nossa conversa seja sempre edificante e baseada no amor. Se procurarmos nos nossos irmãos virtudes em vez de supostas imperfeições, nossa conversa será sempre agradável e espiritual. Lembre-se de que é fácil criticar. E a pessoa que fala dos outros a você pode também falar de você aos outros. — 1 Timóteo 5:13; Tito 2:3.

A fim de mantermos a igreja santa, todos precisamos ter a mente de Cristo, e sabemos que a qualidade predominante dele é o amor. Por isso, Paulo aconselhou os colossenses a serem compassivos assim como Cristo: “Concordemente, como escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos das ternas afeições de compaixão, graça, humildade mental, brandura e longanimidade . . . e [perdoai]-vos uns aos outros liberalmente . . . Além de todas estas coisas, porém, revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.” Acrescentou então: “Também, a paz do Cristo domine nos vossos corações.” Certamente, com tal espírito perdoador, podemos manter a união e a santidade da igreja. — Colossenses 3:12-15.
Jesus Expulsa Cambiadores do Templo


No capítulo 2 do Evangelho Segundo João, nos relata um incidente ocorrido quando “Jesus subiu para Jerusalém”, pois havia se aproximado “a páscoa dos Judeus”. (João 2:13) É primavera, Jesus e seus discípulos, como judeus piedosos, estão a caminho de Jerusalém, para comemorar a Páscoa de 30 EC. Quando nosso Senhor chega lá, Ele tem uma surpresa desagradável. Judeus materialistas haviam se aproveitado da Lei, da condição pecadora dos seus irmãos e da devoção religiosa dos piedosos para ganhar dinheiro. (João 2:14) A questão não pára por aqui, a dúvida de alguns cristãos sinceros, como a crítica dos incrédulos, está no fato que nos é relatado pelo evangelista:


“E tendo [i.e Jesus Cristo] feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas.” (João 2:14)

Os outros relatos paralelos não acrescentam muito no que diz respeito à esse comportamento de Cristo. Analise abaixo as passagens:


“E Jesus entrou no templo e lançou fora todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas.” (Mt 21:12)


“Chegaram então a Jerusalém. Ali entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas;...” (Mr 11:15)


“E entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam,...” (Lc 19:45)

Bem, não apenas esse incidente é levantado pelos críticos como prova do descontrole emocional de Cristo, mas também no que diz respeito às profecias messiânicas. No salmo profético-messiânico de número 2, nos diz a respeito do então futuro Messias de Israel:


“Beijai ao filho, para que Ele não se ire
E não pereçais [no] caminho,
Pois a sua ira se acende com facilidade.
Felizes todos os que se refugiam nele.” (Salmos 2:12)

Será isto uma prova de que Ele não tinha nada de divino, que ele tinha “ups and downs” em sentido emocional? Será que esses relatos provam que Ele era um simples humano que teve seu momento de descontrole emocional? Será que Jesus “perdeu a cabeça”, como as pessoas costumam dizer? Era Ele alguém de “pavio curto”?

Nosso ponto de partida para entendermos esse comportamento de Cristo é uma análise rápida de Sua personalidade divina. Quando os céticos e críticos citam passagens das Escrituras contra a pessoa de Cristo, isso parte da pré-estabelecida concepção de que Jesus era um mero homem imperfeito, como cada um dos outros que pisaram nessa terra. Portanto, tendo esse pensamento distorcido da pessoa de Cristo, isso lhes leva a olhar para essa passagem como a de apenas um descontrolado com um chicote na mão.

Bom, honesto leitor(a), quer você seja um cético, agnóstico, ateu, ou mesmo um cristão sincero, vamos levar primeiro em consideração a verdadeira personalidade de Cristo.

O apóstolo cristão Paulo, ao escrever a sua epístola aos cristãos que moravam na cidade de Colossos, disse o seguinte em uma analise cristológica:


“Ele [i.e Jesus Cristo] é a imagem do Deus invisível.” (Col. 1:15)

Que paradoxo! Quando pensamos em imagem, logo nos vem à mente forma, contorno, algo visível e tocável. No entanto, Paulo disse que Jesus era a imagem perfeita de um Deus “invisível”, que não podemos nem tocar nem ver. Obviamente, Paulo está se referindo as qualidades espirituais que compõem a Pessoa de Deus. Em Hebreus 1:3, o apóstolo usa a expressão equivalente: “a expressa imagem da sua pessoa”, ou seja, da pessoa de Deus. No grego, essa mesma expressão (και χαρακτηρ της υποστασεως αυτου) pode ser vertida de outras duas formas: 1) “representação exata do seu próprio ser”, 2) “a imagem estampada pela sua substância”.

Assim, quando observamos descrições do A.T e do N.T combinadas, que nos falam a respeito das qualidades de Deus, vemos ali a própria imagem de Cristo.

Em Êxodo 34:6, Moisés diz:


“Jahweh, Jahweh, Deus misericordioso e clemente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência e em verdade,...”

Portanto, se Deus (Yahweh) é “vagaroso em irar-se”, e Cristo é a imagem perfeita de Yahweh, deveríamos concluir que Ele (Jesus) também é vagaroso em irar-se. Queira ler Gênesis 18:23-33. Talvez só o mero fato de ler lhe tenha deixado impaciente; no entanto, Yahweh respondeu a todas as preocupações de Abraão de maneira tocante. Da mesma forma teria Jesus agido se alguém, durante seu ministério terrestre, lhe tivesse feito uma sequência de perguntas como estas.

E mesmo em Seu ministério terrestre, Cristo demonstrou uma infinita paciência, fosse com Seus apóstolos, com Seus pais imperfeitos, com os quais teve que ser submisso quando criança, até mesmo na Sua execução Jesus demonstrou profundoautodomínio e profunda paciência. (Veja João 19:1-3)

Então como podemos entender esse relato do Evangelho de João, e, como consequência, o texto de salmos?

No caso do salmo, provavelmente você já tenha ouvido falar de antropopatismo (anthropos “homem” + pathos “paixão”) que é uma terminologia teológica usada para entendermos as descrições que as Escrituras fazem do comportamento de Deus que remete ao comportamento do homem, como, por exemplo, Deus é “ciumento” (Êxodo 34:14), “se vinga” (Is. 1:24), “se ira” (Jer. 7:20), “se arrepende” (Gn. 6:6), “odeia” (Am. 5:21). – Veja também Antropomorfismo Bíblico.

Levando isso em conta, quando o Salmista diz que o Filho [o Messias] “se ira”, e que Sua ira se acende “com facilidade”, ele está usando essa linguagem antropopatística para descrever o Messias, que é a imagem perfeita do próprio Deus. Veja como isso se trata de um simbolismo poético. No texto, Davi diz que para que a “ira” do Filho de Deus não se “acenda”, ou para que Ele não fique “irado”, ele exorta as pessoas a beijá-lO. Acha que isso é literal? Parece lógico para você, amado leitor(a), que o salmista está dizendo que devemos beijar literalmente a Cristo para aplacar Sua “ira”? Além de antilógico, isso é também impossível, pois Cristo está nos Céus e nós estamos na Terra.

Nos tempos bíblicos, o ato de beijar, ou de alguém tocar com seus lábios os lábios de outrem (Pr 24:26), a face de outra pessoa, ou, em caso excepcional, até mesmo seus pés (Lu 7:37, 38, 44, 45), servia como sinal de afeto ou de respeito. Beijar era comum, não só entre homens e mulheres aparentados (Gên 29:11; 31:28), mas também entre parentes masculinos. (Gên 27:26, 27; 45:15; Êx 18:7; 2Sa 14:33) Era, semelhantemente, um gesto de afeição entre amigos achegados. — 1Sa 20:41, 42; 2Sa 19:39.

Portanto, o “beijo” exortado pelo salmista é simbólico, indicando apenas a sujeição e afeto ao Rei Messiânico de Yahweh, até porque um mero beijo não significaria nada. Veja o caso de Judas Iscariotes. Jesus foi traído por Judas (Lucas 6:16), traição essa selada com um “beijo”. (Lucas 22:47-48) Levando o caso de Judas em consideração, eis aqui um bom momento para Cristo, se assim desejasse, demonstrar profunda ira. No entanto, leia e releia o relato, e sinceramente veja a reação de Cristo. O beijo de Judas era falso, hipócrita e traidor, mas, mesmo assim, Jesus não demonstrou nenhuma indignação descontrolada por esse anterior apóstolo Seu. Portanto, a Sua “ira” simboliza apenas a Sua desaprovação e consequentemente a destruição dos opositores do reino de Deus, e não um surto psicótico de alguém que não consegue controlar seu gênio.

Resumindo: A “ira” do Messias “se acende com facilidade”? A resposta é “sim” e “não” ao mesmo tempo. Para com o Seu povo, e o ser humano pecador que reconhece a necessidade de um Salvador, de um Redentor, que se entrega nos braços de Cristo, mesmo na sua fraqueza, mesmo cometendo erros aqui e ali, Ele é “vagaroso em irar-se”, e infinitamente “misericordioso”. Mas quanto aos iníquos, quanto aos hipócritas, aos que são inimigos de tudo que é divino e sagrado, que agem de consciência, e não por ignorância, os que seguem o mesmo caminho iníquo dos “espíritos impuros”, os demônios, os fariseus, e outros, a paciência do Cristo é curta, e sua ira se acende com muita facilidade.

Isso nos ajuda a entender o comportamento do Messias no templo durante a Páscoa. Veja abaixo algumas razões para o ato de Cristo ter expulsado os vendedores do Templo:

1. Estava profetizado que Jesus, como Messias, tinha que ‘cumprir todas as coisas escritas nos profetas’ (Sal. 69:9, Mt. 26:56; Lc 18:31, 24:27) Sendo a citação mais direta dessa necessidade de cumprimento messiânico, Lucas 24:44 que diz:


“. . .Disse-lhes então: “Estas são as minhas palavras que vos falei enquanto ainda estava convosco, que todas as coisas escritas na lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, a respeito de mim, têm de se cumprir.””

2. Apesar da profecia referente ao Messias, aquilo não era apenas uma encenação fria para cumprir algo escrito anteriormente, mas expressava bem os sentimentos de Jesus Cristo com respeito à casa de Seu Pai. Como explicado anteriormente, com pessoas iníquas, hipócritas, pecadores irreversíveis, a paciência de Cristo é curta. Nesse caso do Templo, o amor pelo Seu Pai, o zelo pela santidade da casa de Yahweh, fez com que Ele agisse prontamente para eliminar o mal.

3. Uma leitura atenta dos originais nos ajuda a ver que o azorrague, ou chicote, que Jesus usou, não foi utilizado para machucar aqueles indivíduos, mas sim para afugentar os animais, fazendo com que seus donos, os cambistas, corressem atrás do prejuízo literalmente falando.

Portanto, vimos em nosso estudo bíblico que não foi ira descontrolada, imperfeição humana, falta de alto domínio, ou um estouro de estresse que fez Jesus agir assim. Jesus, sendo a imagem do próprio Deus, é alguém compassivo, terno, benevolente, cheio de misericórdia, e vagaroso em irar-se. Sua forma de agir foi justa, perfeita, correta, refletindo a imagem de Seu Pai, zelo e amor pela casa de adoração de Yahweh. – Veja também: Zelo pela Casa de Deus









Uma Lição de Humildade
Depois de curar o menino endemoninhado na região próxima a Cesaréia de Filipe, Jesus sente o desejo de regressar a Cafarnaum. Mas quer viajar a sós com os seus discípulos, para poder prepará-los adicionalmente para a sua morte e para as responsabilidades que teriam depois. “O Filho do homem há de ser entregue às mãos dos homens”, explica-lhes, “e matá-lo-ão; mas, embora seja morto, será levantado três dias depois”.

Apesar de Jesus já ter falado disso antes, e de três apóstolos realmente terem presenciado a transfiguração em que sua “partida” foi considerada, seus seguidores ainda não entendem bem o assunto. Embora nenhum deles tente negar que ele será morto, como Pedro fez anteriormente, temem interrogá-lo adicionalmente a respeito.

Por fim, chegam a Cafarnaum, que tem sido uma espécie de base de operações durante o ministério de Jesus. É também a cidade natal de Pedro e de vários outros apóstolos. Ali, certos homens que cobram o imposto do templo abordam Pedro. Talvez tentando incriminar Jesus em alguma violação do costume aceito, eles perguntam: “Não paga o vosso instrutor as duas dracmas de imposto [do templo]?”

“Sim”, responde Pedro.

Jesus, que talvez tenha chegado pouco depois ao local, sabe o que tinha ocorrido. Assim, mesmo antes de Pedro suscitar a questão, Jesus pergunta: “O que achas, Simão? De quem recebem os reis da terra os direitos ou o imposto por cabeça? Dos seus filhos ou dos estranhos?”

“Dos estranhos”, responde Pedro.

“Realmente, então, os filhos estão isentos de impostos”, comenta Jesus. Visto que o Pai de Jesus é o Rei do universo, Aquele que é adorado no templo, o pagamento do imposto do templo, por parte do Filho de Deus, não é realmente um requisito legal. “Mas, para que não os façamos tropeçar”, diz Jesus, “vai ao mar, lança o anzol e toma o primeiro peixe apanhado, e, quando lhe abrires a boca, acharás uma moeda de estáter [quatro dracmas]. Leva-a e dá-lha por mim e por ti”.

Ao se reunirem após o seu regresso a Cafarnaum, talvez na casa de Pedro, os discípulos perguntam a Jesus: “Quem é realmente o maior no reino dos céus?” Jesus sabe por que fazem essa pergunta, pois está ciente do que ocorreu entre eles quando o seguiam, regressando de Cesaréia de Filipe. Assim, ele pergunta: “Sobre que estáveis disputando na estrada?” Embaraçados, os discípulos ficam calados, pois haviam disputado entre si quem era o maior.

Não parece incrível que, depois de quase três anos de ensinamentos por parte de Jesus, os discípulos ainda tenham uma discussão desse tipo? Bem, isso revela a forte influência da imperfeição humana, bem como da formação religiosa. A religião judaica, na qual os discípulos haviam sido criados, dava ênfase ao cargo ou à hierarquia em todos os relacionamentos. Ademais, é possível que Pedro, talvez por causa da promessa que Jesus lhe fizera de dar-lhe certas “chaves” de acesso ao Reino, se sentisse superior. Tiago e João talvez tenham tido idéias similares por terem sido favorecidos como testemunhas da transfiguração de Jesus.

Qualquer que tenha sido o caso, Jesus faz algo comovente no empenho de corrigir a atitude deles. Chama uma criança, coloca-a no meio deles, abraça-a e diz: “A menos que deis meia-volta e vos torneis como criancinhas, de modo algum entrareis no reino dos céus. Por isso, todo aquele que se humilhar, semelhante a esta criancinha, é o que é o maior no reino dos céus; e todo aquele que receber uma de tais criancinhas à base do meu nome, também a mim me recebe.”

Que maravilhosa maneira de corrigir seus discípulos! Jesus não se irrita com eles nem os chama de soberbos, gananciosos ou ambiciosos. Não, mas ilustra o seu ensino corretivo usando criancinhas, que são por natureza modestas, sem ambição, e, em geral, não têm senso de hierarquia entre elas. Jesus mostra assim que os seus discípulos precisam desenvolver essas qualidades que caracterizam humildes crianças. Conforme Jesus conclui: “Quem se comportar como menor entre todos vós é o que é grande.” Mateus 17:22-27; 18:1-5; Marcos 9:30-37; Lucas 9:43-48.





O Dinheiro é a Raiz do Mal?


O fato simples é que a Bíblia não faz esta declaração. O que diz ela, então, que é similar? Com significativa diferença, ela declara: “O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais.” — 1 Timóteo 6:10.

Que tremenda diferença fazem essas duas palavras adicionais! Pode o dinheiro em si ser responsabilizado pelo que as pessoas fazem com ele? Muito bem pode ser feito por meio de seu uso sábio. Por outro lado, se o desejo de ter dinheiro se torna o amor exclusivo na vida, é aí que jaz a raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, entre elas a intriga e o assassinato. Portanto, o que a Bíblia diz é muito bem equilibrado e verdadeiro.

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O Desejo dos Olhos e a Ganância
Fartura Traz Felicidade?

O Desejo dos Olhos e a Ganância

Trabalhar de Domingo à Domingo, fazer horas extras, trabalhar em feriados. Muitos fazem grandes esforços para ganhar algo mais no final do mês. Estes sacrificam o tempo que passam com a família e amigos, para se dedicarem ao acumulo de dinheiro. Isso vale à pena? Talvez alguns digam: “sim!” pensando no montante de dinheiro que terá acumulado para usufruir depois. (Cf. Lucas 12:15-21) A triste realidade, é que o deus das Riquezas é um amo muito duro, e ele não dá nada grande sem um grande sacrifício também. Muitos perdem a intimidade de bons amigos por não passarem tanto tempo assim juntos, perdem o desenvolvimento dos filhos, e às vezes o amor de seu cônjuge.

Refletindo sobre o estilo de vida do homem materialista, o sábio rei Salomão fez alguns comentários que nos ajudam, de forma prática, a levarmos uma vida de verdadeiro prazer e contentamento. Em Eclesiastes 4:7-8, Salomão disse:


Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver.

A palavra hebraica aqui traduzida por “satisfeito” é שָׂבַע (Hebr.: saba’) significa “cheio, satisfeito, suficiente”. Ela ocorre cerca de 98 vezes no A.T. Apenas em Eclesiastes ela ocorre 4 vezes: 1:8; 4:8; 5:10; 6:3. Na versão daLXX a palavra usada para traduzir שָׂבַע é εμπιπλημι (Gr.: empiplemi) que ocorre cerca de cinco vezes no N.T: Luc 1:53; 6:25; Jo 6:12; At 14:17; Rom. 15:24.

No hebraico antigo, a palavra שָׂבַע (Hebr.: saba’) era a pictografia de um espinho (peixe, ou uma janela?), uma tenda e um olho, conforme pode ser observado no pictograma hebraico abaixo:


No caso da primeira pictografia da letra Sin, nós temos uma grande dificuldade de remontar seu significado pictográfico, devido à falta de achados arqueológicos literários que nos mostrem o pensamento por traz da mesma. Mas, tomando pelo que muitos acreditam, ou seja, um “espinho”, a ideia transmitida é de algo que seja “afiado”, “penetrante”. A relação com a ideia de “satisfação” pode ser o desejo ganancioso que pode ser como um espinho na carne, como o amor ao dinheiro. (1 Timóteo 6:10)

A segunda pictografia, a da letra bet, é a de uma tenda, remontando o estilo de vida nômade dos antigos hebreus, que carrega também a ideia de separação, visto pelo lado negativo, a busca pela satisfação material pode nos separar do amor de Deus.

E, por último, a pictografia da letra hebraica ayin é um olho. Na verdade, se fôssemos analisar que parte do corpo nos leva mais a desejar as coisas materiais, não teríamos dúvidas de dizer que os olhos seriam o mais indicado, pois os olhos são a janela da alma. Primeiro vemos, e depois desejamos, mas nunca ficamos saciados.

No texto de Eclesiastes que mencionamos no início, nós usamos a NTLH. Na versão ACF, o texto diz: “nem os seus olhos [עַיִן] se fartam [שָׂבַע] de riquezas.” (Cf. Provérbios 27:20) Por isso que colocamos a interpretação do termo “satisfeito”, ou “fartar-se” de acordo com sua correspondente pictografia hebraica antiga, em luz negativa, já que nesse caso é um desejo ganancioso.

Bem apropriado, então, foi o conselho do apóstolo João, que nos alertou:


Não estejais amando nem o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e o seu desejo; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. - 1 Epístola de João 2:15-17.






Fartura Traz Felicidade?

Já parou para pensar se ter muito, significa necessariamente que terá muita felicidade, que será realmente feliz na vida? Muitos acham que por ganharem muito dinheiro, poderão usufruir dos prazeres que o mesmo pode dar, e assim serão felizes. No entanto, é mais do que conhecido, dentro dos consultórios de saúde mental, como relata o bem conhecido Augusto Cury, que as pessoas que possuem as contas bancárias mais cheias, são exatamente as que possuem as vidas mais vazias. Porque isso acontece, já que elas se alimentam bem, vivem bem, se vestem bem, e possuem assim uma “boa vida”?

Não quero falar o que por séculos tem sido matéria de discussão, a saber, se dinheiro traz felicidade. Alguns até brincam: “Se dinheiro não traz felicidade, então me dê o seu e seja feliz!” Mas, o que realmente queremos brevemente analisar aqui, não é dizer que o dinheiro não seja útil, nem que ele possa proporcionar bons momentos. Não, não essa a questão!

Não estou falando também de momentos de felicidade, o que o dinheiro, de fato, pode proporcionar; mas da sensação permanente que sua vida vale a pena, a sensação de que não lhe falta nada para se sentir realizado.

Isso, amado, apenas Deus, por meio de Jesus Cristo, pode lhe dar. (Cf. Os Cristãos e o Materialismo) Mesmo as pessoas que insistem que possuem uma vida satisfatória mesmo sem exercerem fé em Deus, tropeçam em uma pedra, que é a mortalidade comum a todos os homens. Uma vida, uma so-called “vida feliz” também chegará a um fim, um fim muito triste por sinal, ao ver alguém que se acha tão divinamente independentemente feliz, mas que não pode mais continuar sua vida. Que paradoxo!

A sensação de felicidade é algo que apenas Deus pode colocar dentro de você. Enquanto você insistir de que será feliz “solto”, sem comunhão com Ele, sua busca pela felicidade permanente será contínua, como andando em círculos, sempre andando e voltando ao mesmo lugar.

Pense nas seguintes palavras do salmista Davi, que podia dizer de experiência própria:

“Mas a felicidade que pões no meu coração é muito maior do que a daqueles que têm comida com fartura. Quando me deito, durmo em paz, pois só tu, ó Senhor, me fazes viver em segurança”. (Salmos 4:7-8)
Os Cristãos e o Materialismo

Chama atenção, para muitos, quando se fala de ganhar muito dinheiro; é como se cifrões pulassem de seus olhos, junto com aquele antigo som de caixa registradora. Aproveitando a situação de países ainda em desenvolvimento, a teologia da prosperidade se aproveitou da ganância do homem para tornar alguns indivíduos mais ricos ainda. “Faça-me rico, que, por conseguinte, enriquecerei a igreja também. Assim todo mundo sai ganhando.” Será que sai mesmo?
Sem contar com o que a riqueza pode fazer com o cristão, levando-o à arrogância, auto-confiança, egoísmo, para mencionar apenas algumas coisas.

A riqueza não é má por si mesma. Na verdade, não há nada de errado nela em si. O problema é o nosso conceito SOBRE as riquezas, o problema é o que “ganhar muito dinheiro” pode fazer com as nossas cabeças.

Por fim, medite nas palavras inspirados de um homem que foi muito rico no passado, mas por não amar o dinheiro, pôde passar por uma tão severa prova e pobreza e mesmo assim manter-se integro à Deus.

Jó disse:

“Jamais confiei no ouro; ele nunca foi a base da minha segurança. Nunca me orgulhei de ter muitas riquezas, nem de ganhar muito dinheiro.” (Jó 31:24-25 NTLH)




















Deus Responde às Orações Sinceras
Deus responde às orações sinceras

Deus responde às orações dos seus adoradores fiéis. Por quê? Em parte, porque eles oram somente a Deus, o Criador, chegando-se a Ele mediante Jesus Cristo. Repudiam a iniquidade e evitam orações hipócritas e repetitivas. Os cristãos verdadeiros expressam a Deus seus sinceros sentimentos usando as excelentes orientações providas na oração-modelo, em vez de a recitarem mecanicamente. Todavia há ainda outros motivos pelos quais suas orações são respondidas.

Aqueles cujas orações são respondidas satisfazem requisitos básicos. Mencionando-os, Paulo escreveu: “Aquele que se aproxima de Deus tem de crer que ele existe e que se torna o recompensador dos que seriamente o buscam.” (Hebreus 11:6) Queira notar estes dois pontos básicos: Deus responde às orações (1) dos que creem que ele existe e (2) dos que “seriamente o buscam”.

O devoto gentio Cornélio era um desses no primeiro século. Ele cria na existência de Deus e buscava-o seriamente. O que fez Cornélio ao adquirir conhecimento exato? Ora, dedicou-se de todo coração a Deus e simbolizou isso pelo batismo. Depois disso, ele aparentemente desenvolveu uma íntima relação com Deus, o que exerceria um efeito positivo em suas orações. — Atos 10:1-44.

Antes de ser batizado, as orações de Cornélio apenas ‘ascendiam como memória perante Deus’. (Atos 10:4) No entanto, Cornélio entregou-se a Javé sem reservas, dedicando-se a Deus à base de sua fé no sacrifício de resgate de Jesus e batizando-se. Isto estabeleceu uma maravilhosa intimidade entre Deus e esse homem devotado — relação que concedia a Cornélio o irrestrito privilégio da oração. (Tiago 4:8) Ele podia aproximar-se de seu Pai celestial mediante Cristo Jesus na expectativa de ser ouvido. Dá-se o mesmo com todos os que dedicam suas vidas a Deus mediante Cristo e se batizam. Estes também gozam do irrestrito privilégio da oração.

Você sem dúvida deseja que suas orações sejam respondidas. Portanto, caso não esteja servindo a Deus como um de seus adoradores dedicados, quão sábio é buscá-lo seriamente! Adote um proceder semelhante ao de Cornélio, e Deus responderá às suas orações.
As Orações nos Salmos Podem Consolá-lo

As orações nos Salmos podem consolá-lo

Poucos já sentiram a sensação de afogamento, foram engolidos por um enorme peixe e sobreviveram para contar a história. Um homem que passou por tal experiência foi Jonas. A situação em que ele se encontrava foi deveras única entre toda a humanidade. Contudo, enquanto passava por sua mais incomum experiência, ele foi capaz de usar as idéias expressas em certos Salmos inspirados, para fazer sua oração de apelo. Compare as seguintes palavras de Jonas com as encontradas nos Salmos.

“Na minha aflição clamei a Yehowah e ele passou a responder-me.” — Jonas 2:2a.

“Invoquei a Yehowah na minha aflição e ele passou a responder-me.” — Salmo 120:1.

“Do ventre do Seol clamei por ajuda.” — Jonas 2:2b.

“Das funduras te invoquei, ó Yehowah.” — Salmo 130:1.

“Ouviste a minha voz.” — Jonas 2:2c.

“Ó Yehowah, ouve deveras a minha voz.” — Salmo 130:2.

“Quando me lançaste nas profundezas, no coração do alto mar, então me cercou um verdadeiro rio.” — Jonas 2:3a.

“Entrei em águas fundas, e um caudal é que me levou de enxurrada.” — Salmo 69:2.

“Todas as tuas ondas de rebentação e tuas vagas — sobre mim é que passaram.” — Jonas 2:3b.

“Todas as tuas ondas de rebentação e tuas vagas — sobre mim é que passaram.” — Salmo 42:7.

“E quanto a mim, eu disse: ‘Fui expulso de diante dos teus olhos! Como é que olharei novamente para o teu santo templo?’” — Jonas 2:4.

“Quanto a mim, eu disse quando fiquei em pânico: ‘Certamente serei exterminado de diante dos teus olhos.’” — Salmo 31:22.

“As águas me cercaram até à alma; a própria água de profundeza continuou a circundar-me. Algas se enrolaram na minha cabeça.” — Jonas 2:5.

“As águas chegaram até a alma.” — Salmo 69:1.

“Desci aos fundos dos montes. Quanto à terra, suas trancas estavam sobre mim por tempo indefinido. Mas foi da cova que passaste a fazer subir minha vida, ó Yehowah, meu Deus.” — Jonas 2:6.

“Ó Yehowah, fizeste subir a minha alma do próprio Seol; mantiveste-me vivo, para que eu não descesse ao poço.” — Salmo 30:3.

“Quando a minha alma se debilitou no meu íntimo, foi Yehowah Aquele de quem me lembrei.” — Jonas 2:7a.

“Eu continuava a contar diante dele a minha própria aflição, quando meu espírito se debilitou dentro de mim.” — Salmo 142:2, 3.

“Então a minha oração chegou a ti dentro do teu santo templo.” — Jonas 2:7b.

“Desde o seu templo passou a ouvir a minha voz.” — Salmo 18:6.

“Quanto aos que observam os ídolos da inveracidade, deixam a sua própria benevolência.” — Jonas 2:8.

“Odeio deveras os que dão consideração a ídolos vãos, fúteis; eu, porém, confio deveras em Yehowah.” — Salmo 31:6.

“Mas, quanto a mim, vou oferecer sacrifícios a ti com voz de agradecimento. O que votei, vou pagar.” — Jonas 2:9a.

“Oferece agradecimento como teu sacrifício a Deus e paga teus votos ao Altíssimo.” — Salmo 50:14.

“A salvação pertence a Yehowah.” — Jonas 2:9b.

“A salvação pertence a Yehowah.” — Salmo 3:8.

Assim como Jonas podia aplicar a linguagem de tais Salmos à sua própria situação, nós também podemos fazê-lo. Esse é o motivo pelo qual, não importa qual seja sua situação atual, você pode derivar consolo e encorajamento das orações registradas no livro dos Salmos.
Temor a Deus — Estudo Bíblico
TEMOR DE DEUS.

Os verbos hebraicos yaré’ (Le 19:30; 26:2) e ‛aráts (Sal 89:7; Is 29:23; 47:12) podem transmitir o sentido de espanto ou temor reverente. O verbo ‛aráts frequentemente indica tremer de terror, medo ou espanto reverente, ou causar tal tremor. — Is 8:12; Sal 10:18.

A evidência discernível da presença de Yehowah enchia os observadores de espanto reverente. Os israelitas, reunidos junto ao monte Sinai, viram a descida de uma nuvem escura, acompanhada por trovões, relâmpagos e o som duma buzina, que ficava cada vez mais alto. Todo o monte tremeu, e havia fumaça ascendendo dele. Esta demonstração de poder encheu os israelitas de temor; até mesmo Moisés tremeu. O objetivo desta manifestação da glória de Deus era incutir nos israelitas um temor sadio, para que não pecassem. — Êx 19:9, 16-19; 20:18, 20; He 12:21.

As representações visionárias da glória de Yehowah causavam um impacto que inspirava espanto reverente. A plataforma do carro celestial, acima da qual o profeta Ezequiel viu a glória de Yehowah, cintilava como gelo que mete medo. Muito acima das cabeças das criaturas viventes, que eram representações de querubins, esta plataforma era como uma translúcida expansão, espantosa em tamanho e aparência. Através da translúcida plataforma, via-se o que parecia ser um trono de pedra de safira. A forma sentada no trono tinha o brilho amarelo do electro no fogo do refinador, estando toda a forma também cercada por uma claridade similar. Esta visão da glória de Yehowah induziu Ezequiel a lançar-se com a face por terra em adoração reverente. — Ez 1:15-22, 25-28.

Somente Yehowah merece tal espanto ou temor reverente, a ponto de a pessoa sentir-se movida a adorá-lo. (Sal 89:7; Is 29:23) Os cristãos são exortados a “prestar a Deus serviço sagrado . . . com temor piedoso e com espanto reverente [forma do gr. déos]”. (He 12:28) Os servos de Deus evidenciam tal espanto reverente por fervorosamente se esforçarem a agradá-lo, reconhecendo que ele chamará todos a contas e julgará imparcialmente. — 1Pe 1:17; Ap 14:7.

Humanos e nações individuais também podem às vezes inspirar uma sensação de espanto reverente em outros, quer deliberadamente, quer não. Por exemplo, a sulamita causou uma impressão tão forte no Rei Salomão, que ele disse que ela era tão formidável como hostes militares ajuntadas em volta de estandartes, preparadas para a batalha. No registro disso, em O Cântico de Salomão 6:4, 10, o termo hebraico ’ayóm denota algo “formidável” ou “atemorizante”. Quando a nação dos caldeus saiu em batalha, ela era atemorizante. (Hab 1:6, 7) E Babilônia, por meio do profeta Isaías, foi profeticamente exortada a usar seus encantamentos e suas feitiçarias para assustar os que vinham contra ela, salvando-se assim da calamidade. Mas, todos os esforços de impedir a conquista haviam de falhar. (Is 47:12-15) Babilônia havia de cair diante dos exércitos sob o comando de Ciro, o persa. — Is 44:24-45:2.

Por causa do modo em que Yehowah usava Moisés e lidava com ele, Moisés causava muito espanto (hebr.: mohrá’) aos olhos do povo de Deus. (De 34:10, 12; Êx 19:9) Aqueles que exerciam fé tinham um temor salutar da autoridade de Moisés. Davam-se conta de que Deus falava por meio dele. Os israelitas deviam também ter espanto reverente do santuário de Yehowah. (Le 19:30; 26:2) Isto significava que deviam ser reverentes para com o santuário, realizando a adoração do modo indicado por Yehowah e comportando-se em harmonia com todas as ordens Dele.






A Autoridade das Escrituras

A AUTORIDADE DA ESCRITURA

Ao pretendermos abordar o assunto da autoridade e da inspiração da Sagrada Escritura, convém não esquecer que é na própria Bíblia que freqüentemente se alude ao fato de se tratar duma mensagem diretamente outorgada por Deus. Vamos, de seguida, aprofundar a questão, não obstante as dificuldades que possam surgir.

Quando se fala da autoridade da Bíblia, poderemos sem mais nem menos apelar para o testemunho da mesma Bíblia, a confirmar a nossa afirmação? Não será demasiado recorrer logo de início a tal argumento com que possivelmente teremos de terminar, supondo a Bíblia "juiz em causa própria"? Não irão porventura julgar-nos a pressupor uma coisa que se pretende explicar?

A primeira resposta leva-nos naturalmente a confessar, que o recurso à Bíblia visa apenas uma informação e não a uma prova cabal. Poderiam ser apresentados argumentos racionais a favor duma autoridade da Escritura, mas em última análise aceitamos a autoridade que se baseia na fé. Mas só a aceitamos enquanto a mesma Bíblia a supõe. Por outras palavras, se a inspiração e a autenticidade do testemunho fizerem parte, - e parte integrante-da revelação, nada obsta a que a Bíblia se nos apresente como regra de fé e de vida. Se assim não for, em vão será a nossa fé no Livro Sagrado; em vão a confiança que depositamos nos seus ensinamentos. Considerando-o, porém, como autêntica Palavra de Deus, a reclamar por si própria uma autoridade decisiva, nada obsta a que nela depositemos toda a confiança, aceitando essa Palavra e a autoridade que ela implica.

Mas, dar-se-á o caso que seja a própria Bíblia a reconhecer essa autoridade? Caso afirmativo, no que implicará essa afirmação? No primeiro caso é tão vasta a resposta, que dificilmente a poderemos abranger. Tanto no Velho como no Novo Testamento, não raro se alude implicitamente a uma autoridade mais que humana e, em muitos passos, até se vislumbram alusões claras e diretas. Diz-se, por exemplo, que Moisés recebeu de Deus não só as tábuas da Lei, mas ainda outras recomendações rituais relativas à manutenção do tabernáculo. É notória a insistência dos profetas em afirmarem que não são autores daquilo que pregam, mas que se trata duma mensagem recebida diretamente de Deus. Jesus Cristo falou com autoridade, porque tinha a consciência de agir como Filho Eterno de Deus, e não apenas como um pregador vulgar. Os apóstolos não duvidaram da autoridade das suas decisões, quer no que se referia a Cristo, quer no que importava à expansão do Cristianismo sob a orientação do Espírito Santo.

Poderá julgar-se que a maioria destes casos supõe uma autoridade apenas a favor duma mensagem recebida e não dum testemunho escrito, em que a mensagem nos é entregue. É talvez o caso de os profetas ou Jesus Cristo falarem com autoridade divina; mas, por vezes, as suas palavras não chegaram até nós em primeira mão. Essa espécie de inspiração não é, todavia, a mesma que se supõe nos compiladores do testemunho da sua atividade e das suas doutrinas. Nesse caso, não se pode garantir que o conteúdo da Bíblia seja uma exposição literal e perfeita das mensagens que na realidade foram comunicadas.

Contra esta objeção seja-nos lícito afirmar que, sobretudo no Novo Testamento e em referência ao Velho, exige-se uma autoridade definida para os escritos bíblicos. É doutrina que facilmente se depreende dos ensinamentos do próprio Cristo. Recorde-se como peremptoriamente responde ao tentador com o tríplice "está escrito". No Monte da Transfiguração faz ver aos discípulos que está escrito do Filho do Homem ter de sofrer muito e até ser reduzido ao nada. Aos judeus, que se embrenhavam nas Escrituras, lembra-lhes que estas "testemunhavam d’Ele". Logo após a ressurreição e em sessão magna com os discípulos, alude a todos os passos das Escrituras que a Ele faziam referência, "Na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos", insistindo no cumprimento das profecias. Estas e outras afirmações levam-nos à conclusão de que Jesus Cristo aceitou a inspiração e a autoridade da Bíblia, sobretudo quando davam testemunho profético da Sua Morte e Ressurreição. Depreende-se ainda de Jo 14.26 e Jo 16.13 que o Senhor prometeu semelhante inspiração no caso do testemunho apostólico, que iria continuar.

Ao lermos os escritos dos apóstolos, de igual modo se verifica que admitiram o testemunho da autoridade divina. Em todos os Evangelhos é dado certo relevo às profecias inspiradas da Obra e da Pessoa de Cristo. Paulo cita com freqüência o Velho Testamento, a cujas profecias recorre para provar aos judeus que Cristo é o verdadeiro Messias. Vejamos como 2Tm 3.16 resume toda a doutrina de Paulo, levando-nos a supor que, tendo em mente o Velho Testamento, considera-o, sem dúvida, inspirado por Deus. Outros escritos dos apóstolos aludem inúmeras vezes ao Velho Testamento, servindo de exemplo frisante 2Pedro seguindo na esteira de 2Timóteo no mesmo testemunho a favor da inspiração da Bíblia. Em 2Pe 1.21, por exemplo, diz que a palavra da profecia provém do seu autor originário-o Espírito Santo: "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Do mesmo Apóstolo em #2Pe 3.16 parece provável uma alusão à autoridade divina das Escrituras, de que nos devemos aproximar com reverência e humildade. Trata-se dum versículo particularmente interessante, pois coloca em paralelo as Epístolas de Paulo com as outras Escrituras, o que significa que os autores apostólicos agiam conscienciosamente ao completarem o Cânon autorizado do Velho Testamento.

Rigorosamente, é certo serem pouco numerosas as alusões diretas à inspiração das Escrituras, e nenhuma se refere com precisão à autoridade de cada um dos livros em particular. Por outro lado, se excetuarmos Esdras, Neemias, Ester, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Obadias, Naum e Sofonias, observamos que todos os livros do Velho Testamento são diretamente citados no Novo; e quando se toma em consideração a atitude do Novo Testamento em tais citações, poucas dúvidas nos restam de que expressões como esta: "Assim diz o Senhor", que encontramos na boca dos profetas, eram aplicadas aos testemunhos da atividade profética, assim como às mensagens orais proferidas em determinadas ocasiões. A palavra escrita era tratada como forma categórica e inspirada em que se exprimia e transmitia o conteúdo da revelação divina.

Quando se nos apresentam objeções a este testemunho, convém precisar os seguintes pontos básicos: -Antes de nada mais, queremos frisar que não se trata duma teoria específica acerca da inspiração. De Jo 14.26 e 2Pe 1.21 fácil é descobrirmos uma dupla atividade: a do autor humano dum lado e de outro, a do Espírito que inspira, orienta e dirige. Por certo que ninguém duvida que no fim de contas a supremacia é do Espírito; mas também é de admitir que não se verifica qualquer alteração da personalidade e da individualidade do autor humano. Em seguida, repare-se que a inspiração é considerada pelos escritores do Velho Testamento em atenção, sobretudo, à futura atividade de Deus. O profeta prevê, não há dúvida; mas a última prova da profecia era a exatidão com que a enquadrava no futuro plano divino. Já no Velho Testamento caía em descrédito o profeta que não previa com a devida exatidão, e no Novo, o valor do Velho é precisamente o testemunho profético que se dá de Jesus Cristo. Se é verdade que esse testemunho apóia as prerrogativas messiânicas de Jesus, também é verdade que a obra messiânica de Jesus supõe e exige a autenticidade das profecias do Velho Testamento. Uma grande porção das citações desta parte da Bíblia relaciona-se com as diferentes formas daquele testemunho profético.

Em terceiro lugar, aceita-se geralmente como autêntico, o entrecho histórico do Velho Testamento. Jesus Cristo, por exemplo, alia Moisés à Lei e atribui a Davi o Sl 110. Os apóstolos aceitaram todos os acontecimentos de vulto do Velho Testamento desde Adão e da queda (1Tm 2.13-14) até à travessia do Mar Vermelho (1Co 10.1), desde a história de Balaão (2Pe 2.16) e da queda de Jericó (Hb 11.30) à libertação sob os Juízes (Hb 11.32) e aos milagres de Elias (Tg 5.17). Em presença de testemunho tão evidente, há quem afirme que Nosso Senhor e os apóstolos nada mais fizeram que limitar-se aos costumes do tempo, servindo-se dos acontecimentos históricos apenas para melhor explicarem a sua doutrina. Não se pode pôr de parte a idéia de que no Novo Testamento a crença na autoridade do Velho implica a aceitação da verdade histórica, religiosa e doutrinal desse Livro Sagrado.

Mas é justo lembrar também, que, se essa aceitação se refere só à intervenção sobrenatural do Deus Onipotente, em parte alguma teremos mais vivo exemplo de tal intervenção do que nos fatos centrais do Evangelho cristão, tais como a Vida, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

Chama-se, por vezes a atenção para a aparente liberdade ou até arbitrariedade do Novo Testamento nas citações que apresenta do Velho. Por um lado, utiliza-se e vulgarmente a edição grega dos Setenta (a Septuaginta), o que não raro implica sérias divergências do texto hebraico massorético. Por outro, os versículos do Velho Testamento referem-se, com freqüência, profeticamente a Cristo, quando uma interpretação atenta lhes dá uma aplicação original completamente diferente. A razão baseia-se no fato de que esta liberdade sugere um conceito de inspiração mais amplo do que aquele que tradicionalmente anda associado à Bíblia e aos seus autores. Lembre-se, todavia, o seguinte: Quanto à Septuaginta é muito provável que em certos casos a tradução grega seja mais pura e fiel ao original do que o texto massorético. Em seguida, o principal objetivo duma tradução não se limita a apresentar equivalências literais, mas sim manter o sentido original. Logo, em presença de diferenças inevitáveis na estrutura lingüística, é possível que uma tradução mais livre seja mais fiel do que a literal. Na Septuaginta os autores do Novo Testamento utilizaram na tradução uma terminologia especial, familiar a uma grande parte dos seus leitores. Finalmente, nalguns casos, o Espírito Santo pode ter-se servido da Septuaginta para apresentar novos aspectos da Verdade divina, ou então dar-lhes uma aplicação mais enfática. Se necessário for, certamente que não devem ser menosprezados os mais leves pormenores do texto original (cf. Gl 3.16).

O problema dos testemunhos proféticos não é menos importante, uma vez que, parece que se alteraram por completo o significado e a aplicação. Com efeito, houve quem lembrasse que, conscienciosa ou inconscienciosamente, os versículos não foram devidamente utilizados na intenção de procurar provas pormenorizadas da profecia do Cristo-Messias. À primeira vista é racional a objeção, já que no seu contexto original muitos dos versículos parecem não ter a mínima referência àquela prerrogativa de Jesus. Mas, embora seja uma compilação de diferentes obras, a Bíblia mantém-se como livro uno e único em que o contexto pode ter um sentido imediato e outro mais amplo. Ultimamente toda a história de Israel se concentra em sua plenitude no único verdadeiro Israelita, podendo-se observar através de toda aquela história os mesmos modelos da atividade divina. Para além da referência aparentemente artificial em Mt 2 à Raquel do Velho Testamento, fácil é descobrir um movimento de agressão, de morte e de exílio. Este, um exemplo entre muitos. Tomados meramente como textos comprovativos, as citações podem não ser convincentes, mas no contexto mais amplo dos divinos arcanos, põem-nos em presença de tipos e modelos que só encontram a sua plenitude na história de Jesus Cristo.

Cuidado, porém, com a leitura desses textos, para que não se ultrapassem os limites impostos pela realidade. Com respeito a autores e a datas, por exemplo, é uso recorrer-se à tradição oral, quando a Bíblia não se pronuncia. É por vezes surpreendente a extensão do silêncio bíblico! Pouco se sabe acerca da compilação dos livros históricos do Velho Testamento; nada de concreto sobre a data e circunstâncias dalguns livros proféticos, como Malaquias; desconhece-se o autor de muitos salmos e do livro de Jó; não sabemos se foi Paulo o autor da Epístola aos Hebreus; se Lucas escreveu o terceiro Evangelho e os Atos; se o quarto Evangelho pertence ao Apóstolo João, etc. Embora legitimamente se possa inferir a autoria, por exemplo, de Lucas e João, todavia só dos textos nada se depreende. Não se esqueça, porém, da existência duma linha entre o testemunho direto da Bíblia e a evidência segura da tradição. De resto não é difícil identificar a autoridade da Escritura com a das citações históricas, já que são bem diferentes os seus objetivos.

Há ainda a acrescentar, que a Bíblia não cessa de insistir na origem e na autoridade divinas, afirmando claramente que a sua mensagem é de Deus. Embora através de instrumentos humanos, o autor é apenas o Espírito Santo. Admite-se o sobrenatural tanto nas falas proféticas como nos acontecimentos históricos. Nada há de distinções artificiais entre o conteúdo interior da Palavra de Deus e a sua forma exterior. Ao apresentar-se-nos como a autêntica Palavra de Deus, a Bíblia põe-nos diante dum problema: ou cremos ou não cremos. Se bem que outras dificuldades possam surgir em ulteriores contatos com a Bíblia, o problema básico fica de pé, e por certo que ninguém pode ignorá-lo.
Atos dos Apóstolos — Inspirado e Proveitoso

O livro de Atos constitui um testemunho em adição aos relatos dos Evangelhos em confirmar a autenticidade e a inspiração das Escrituras Hebraicas. Quando se aproximava o Pentecostes, Pedro citou o cumprimento de duas profecias “que o espírito santo predissera pela boca de Davi a respeito de Judas”. (Atos 1:16, 20; Sal. 69:25; 109:8) Pedro também disse à multidão surpresa no Pentecostes que estavam vendo realmente o cumprimento da profecia: “Isto é o que foi dito por intermédio do profeta Joel.” — Atos 2:16-21; Joel 2:28-32; compare também Atos 2:25-28, 34, 35 com Salmos 16:8-11 e 110:1.

Para convencer outra multidão reunida junto ao templo, Pedro recorreu de novo às Escrituras Hebraicas, primeiro, citando Moisés e, daí, dizendo: “E, de fato, todos os profetas, de Samuel em diante e os em sucessão, tantos quantos falaram, declararam também distintamente estes dias.” Mais tarde, perante o Sinédrio, Pedro citou o Salmo 118:22, demonstrando que Cristo, a pedra que eles rejeitaram, se tornara “a principal do ângulo”. (Atos 3:22-24; 4:11) Filipe explicou ao eunuco etíope como a profecia de Isaías 53:7, 8 havia sido cumprida, e, ao se lhe esclarecer isto, ele pediu humildemente para que fosse batizado. (Atos 8:28-35) Igualmente, falando a Cornélio sobre Jesus, Pedro testificou: “Dele é que todos os profetas dão testemunho.” (10:43) Quando a questão da circuncisão estava sendo debatida, Tiago apoiou a sua decisão, dizendo: “Com isso concordam as palavras dos Profetas, assim como está escrito.” (15:15-18) O apóstolo Paulo recorreu às mesmas autoridades. (26:22; 28:23, 25-27) O fato de os discípulos e seus ouvintes aceitarem prontamente as Escrituras Hebraicas como sendo parte da Palavra de Deus confirma que tais escritos eram considerados inspirados.

Atos é de grande proveito em mostrar como a congregação cristã foi fundada e como ela cresceu sob o poder do espírito santo. Em toda esta narrativa impressionante, observamos as bênçãos de Deus no sentido de expansão, o denodo e a alegria dos cristãos primitivos, bem como sua posição intransigente em face da perseguição, e a sua voluntariedade em servir, conforme exemplificado pela aceitação de Paulo dos convites de empreender o serviço no estrangeiro e de ir à Macedônia. (4:13, 31; 15:3; 5:28, 29; 8:4; 13:2-4; 16:9, 10) A congregação cristã hoje não é diferente, pois está vinculada em amor, união e interesse comum, ao passo que fala sobre “as coisas magníficas de Deus”, sob a orientação do Espírito Santo. — 2:11, 17, 45; 4:34, 35; 11:27-30; 12:25.

O livro de Atos mostra precisamente como deve ser executada a atividade cristã de proclamar o Reino de Deus. O próprio Paulo foi um exemplo, dizendo: “Não me refreei de vos falar coisa alguma que fosse proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e de casa em casa.” E acrescenta: “Eu dei cabalmente testemunho.” Este tema de ‘dar cabalmente testemunho’ chama a nossa atenção em todo o livro, e é sublinhado de modo impressionante nos últimos parágrafos, em que ressalta a devoção de todo o coração que Paulo tinha pela pregação e pelo ensino, mesmo sob os laços da prisão, nas seguintes palavras: “E ele lhes explicou o assunto por dar cabalmente testemunho a respeito do reino de Deus e por usar de persuasão para com eles concernente a Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos Profetas, de manhã até à noite.” Tenhamos nós sempre essa mesma sinceridade na nossa atividade do Reino! — 20:20, 21; 28:23; 2:40; 5:42; 26:22.

O discurso de Paulo aos superintendentes de Éfeso contém muitos conselhos práticos para os superintendentes hoje. Visto que estes foram designados pelo espírito santo, é de suma importância que ‘prestem atenção a si mesmos e a todo o rebanho’, pastoreando as ovelhas ternamente e guardando-as contra os lobos opressivos que procuram destruí-las. Que pesada responsabilidade! Os superintendentes precisam manter-se despertos e edificar-se na palavra da benignidade imerecida de Deus. Ao passo que se esforçam em ajudar os que são fracos, precisam “ter em mente as palavras do Senhor Jesus, quando ele mesmo disse: ‘Há mais felicidade em dar do que há em receber.’” — 20:17-35.

Os outros discursos de Paulo são igualmente brilhantes, pois expõem de modo claro os princípios da Bíblia. Por exemplo, há a argumentação clássica do seu discurso aos estóicos e aos epicureus no Areópago. Primeiro, ele cita a inscrição do altar: “A um Deus Desconhecido”, e usa isto como motivo para explicar que o único Deus verdadeiro, o Senhor do céu e da terra, que fez de um só homem toda a nação de homens, ‘não está longe de cada um de nós’. Daí, cita as palavras dos poetas deles: “Pois nós também somos progênie dele”, para mostrar quão ridículo é supor que surgiram de ídolos de ouro, de prata ou de pedra, que não têm vida. Paulo estabelece, assim, com tato, a soberania do Deus vivente. É só nas suas palavras concludentes que ele suscita a questão da ressurreição, e, mesmo então, não menciona o nome de Cristo. Ele conseguiu fazer entender o ponto sobre a soberania suprema do único Deus verdadeiro, e, em resultado disso, alguns se tornaram crentes. — 17:22-34.

O livro de Atos incentiva o estudo contínuo e diligente de “toda a Escritura”. Quando Paulo, pela primeira vez, pregou em Beréia, elogiou os judeus ali por serem de ‘mentalidade nobre’, pois “recebiam a palavra com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as Escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram assim”. (17:11) Hoje, como naquela época, esta ávida pesquisa das Escrituras, em associação com a congregação sobre a qual repousa o Espírito de Yehowah, resultará em bênçãos na forma de convicção e firme fé. É mediante tal estudo que a pessoa pode chegar a ter uma clara compreensão dos princípios divinos. Há uma excelente declaração de alguns destes princípios em Atos 15:29. Ali, o corpo governante, composto dos apóstolos e de irmãos mais idosos em Jerusalém, deu a conhecer que, embora a circuncisão não fosse exigida do Israel espiritual, havia proibição explícita de idolatria, de sangue e de fornicação.

Aqueles primitivos discípulos estudavam realmente as Escrituras inspiradas, e sabiam citá-las e aplicá-las de acordo com a necessidade. Foram fortalecidos, mediante o conhecimento exato e o espírito de Deus, para fazerem face às perseguições violentas. Pedro e João deram o exemplo para todos os cristãos fiéis, ao dizerem denodadamente aos governantes oponentes: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” E, quando levados outra vez perante o Sinédrio, que lhes havia ‘ordenado positivamente’ que não continuassem a ensinar à base do nome de Jesus, disseram inequivocamente: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” Esta resposta destemida resultou em excelente testemunho para os governantes, e levou o célebre instrutor da Lei, Gamaliel, a fazer a sua bem-conhecida declaração a favor da liberdade de adoração, o que resultou na soltura dos apóstolos. — 4:19, 20; 5:28, 29, 34, 35, 38, 39.

O glorioso propósito de Deus concernente a seu Reino, que permeia a Bíblia inteira como fio de ouro, destaca-se com muita proeminência no livro de Atos. No início, mostra-se Jesus durante os 40 dias antes de sua ascensão, “contando as coisas a respeito do reino de Deus”. Foi em resposta à pergunta dos discípulos a respeito da restauração do Reino que Jesus lhes disse que precisavam primeiro ser Suas testemunhas até à parte mais distante da terra. (1:3, 6, 8) Começando em Jerusalém, os discípulos pregaram o Reino com inabalável intrepidez. As perseguições causaram o apedrejamento de Estêvão e espalharam muitos dos discípulos a novos territórios. (7:59, 60) Informa-se que Filipe declarou “as boas novas do reino de Deus” com muito êxito em Samaria, e que Paulo e seus colaboradores proclamaram “o reino” na Ásia, em Corinto, em Éfeso e em Roma. Todos estes cristãos primitivos deixaram exemplos excelentes de inabalável confiança em Deus e no Seu Espírito sustentador. (8:5, 12; 14:5-7, 21, 22; 18:1, 4; 19:1, 8; 20:25; 28:30, 31) Vendo o inquebrantável zelo e a coragem deles, e notando quão abundantemente Deus abençoou os esforços deles, temos maravilhoso incentivo também para sermos fiéis em “dar cabalmente testemunho a respeito do reino de Deus”. — 28:23.
Por Que Ler a Bíblia?
“Não estou interessado.” Os cristãos recebem muitas vezes esta resposta quando se chegam aos seus vizinhos para oferecer-lhes ajuda no entendimento da Bíblia.

Os motivos para tal resposta negativa podem ser bem diversos. Alguns não têm inclinações religiosas e talvez nem mesmo creiam em Deus. Para tais, ler a Bíblia pode parecer perda de tempo. Os que são muito religiosos talvez achem que bastam os textos bíblicos lidos e comentados no seu local de culto.

Não obstante, há fortes motivos pelos quais todos deviam ler a Bíblia, sem tomar em conta sua atitude para com a religião. Já o mero fato de que a Bíblia tem tido maior impacto na história humana do que qualquer outro livro devia induzir as pessoas a querer familiarizar-se com o seu conteúdo. A Enciclopédia Britânica (edição inglesa de 1971) descreve a Bíblia como sendo “provavelmente a coleção mais influente de livros da história humana”. A mesma obra de referência declara: “Não importa o que se possa pensar sobre o conteúdo da Bíblia, seu papel no desenvolvimento da cultura ocidental e na evolução de muitas culturas orientais faz com que pelo menos um pouco de conhecimento de sua literatura e história constitua o sinal indispensável dum homem educado, no mundo de língua inglesa.”

Como pode a leitura da Bíblia beneficiar até mesmo os que têm pouco interesse na religião? Ora, não precisam todos lidar com outros no dia-a-dia? A Bíblia oferece conselho sem igual sobre as relações humanas. Consideremos alguns exemplos.

I. AME OS OUTROS COMO A SI MESMO e ficou tão famosa, que passou a ser conhecida como A Regra Áurea: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles; isto, de fato, é o que a Lei e os Profetas querem dizer.” (Mat. 7:12) Este conselho não exorta simplesmente a que se evite maltratar os outros. O Filho de Deus insta aqui a irmos além do empenho comum de fazer um bem positivo aos outros, sim, a fazermos aquilo que gostaríamos que os outros nos fizessem.

O conselho bíblico sobre o amor é especialmente benéfico quando se trata das relações maritais. Os conselheiros matrimoniais, profissionais, instruídos na melhor sabedoria humana, não puderam pôr fim ao crescente aumento nos rompimentos matrimoniais, nos últimos anos. Mas, não se eliminaria o grosso da briga doméstica se se aplicassem os seguintes princípios bíblicos?

“Assim como a congregação está sujeita ao Cristo, também as esposas estejam sujeitas aos seus maridos, em tudo. Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela . . . Deste modo, os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta, assim como também o Cristo faz com a congregação, . . . cada um de vós, individualmente, ame a sua esposa como a si próprio; por outro lado, a esposa deve ter profundo respeito pelo seu marido.” — Efé. 5:24-33.

Quão animador é o homem ter uma esposa que constantemente demonstra ‘estar sujeita’ e “ter profundo respeito”! E quanto mais fácil é para a mulher fazer isso quando seu marido mostra, não só em palavras, mas também na conduta diária, que ele ‘ama a esposa como a si próprio’! — Veja 1 Pedro 3:1-4, 7.

II. COMO EVITAR PROBLEMAS

A Bíblia contém também bom conselho sobre como evitar problemas antes que surjam. Não tem de admitir que o acatamento de princípios e avisos tais como estes tornaria a vida mais fácil, mais saudável e mais significativa? Os comentários dum orientado r educacional, de Flint, Michigan, E. U. A., salientam a eficácia da Palavra de Deus neste respeito: “Acho que a Bíblia, e seu conselho, é mais prática e muito superior a tudo o que já estudei na faculdade. Embora eu seja orientador educacional com graus de bacharel e universitário, e tenha lido muitos livros sobre a saúde mental e a psicologia, descobri que o conselho da Bíblia sobre coisas tais como ter um matrimônio bem sucedido, impedir a delinquência juvenil, e sobre como ter e manter amigos, é muito superior a tudo o que eu já tenho lido ou estudado na faculdade.”

III. QUE DIZER DOS RELIGIOSOS PRATICANTES?

Os que freqüentemente se empenham em atividades religiosas talvez pensem que a matéria bíblica considerada nos ofícios religiosos ou em outras reuniões religiosas torna desnecessário o estudo adicional da Bíblia. Neste respeito, porém, é preciso lembrar duas importantes declarações bíblicas: “Toda a Escritura é inspirada por Deus.” (2 Tim. 3:16) “Tens de ler em voz baixa [a Palavra de Deus] dia e noite, para cuidar em fazer segundo tudo o que está escrito [nela]; pois então farás bem sucedido o teu caminho e então agirás sabiamente.” — Jos. 1:8; veja Deuteronômio 6:6-9.

Pode ser que o presidente das reuniões religiosas a que você assiste use a Bíblia com bastante frequência. Todavia, provavelmente você tenha de admitir que a quantidade de textos abrangidos, digamos, no período de um ano, é mínima em comparação com o conteúdo inteiro da Bíblia. Visto que Deus fala à humanidade por meio de sua Palavra escrita, familiarizar-se intimamente com o Criador exige a leitura frequente da Palavra de Deus.

Além disso, a leitura frequente das Escrituras ajuda as pessoas a resistir às tentações que poderiam induzi-las a abandonar a adoração de Deus. “Porque todas as coisas escritas outrora”, observou o apóstolo Paulo, “foram escritas para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das Escrituras, tivéssemos esperança”. (Rom. 15:4) De fato, meditar na maneira em que Deus protegeu seus servos fiéis da antiguidade, mesmo nas situações mais perigosas, fortalece a fé e motiva hoje as pessoas a continuarem a fazer o que sabem ser correto aos olhos de Deus. Um belo exemplo de tal encorajamento bíblico é o Salmo 116. Tire proveito da leitura deste salmo agora mesmo, e, ao mesmo tempo, compare-o com 2 Coríntios 4:7-13.

Quer tenha inclinações religiosas, quer não, há motivos importantes pelos quais deve ler a Bíblia. Ela não somente oferece o melhor conselho para uma vida feliz e significativa, mas também é o meio de se discernir a vontade e o propósito de Deus. Quanto mais se lê a Palavra de Deus, tanto mais se aprecia estas palavras do salmista:

“A lei de Yehowah é perfeita, fazendo retornar a alma. A advertência de Yehowah é fidedigna, tornando sábio o inexperiente. As ordens de Yehowah são retas, fazendo o coração alegrar-se; o mandamento de Yehowah é limpo, fazendo os olhos brilhar. O temor de Yehowah é puro, permanecendo de pé para todo o sempre. As decisões judiciais de Yehowah são verdadeiras; mostraram-se inteiramente justas. São mais desejáveis do que o ouro, sim, mais do que muito ouro refinado; e são mais doces do que o mel e o mel escorrendo dos favos. Também o teu próprio servo foi avisado por elas; há grande recompensa em guardá-las.” — Sal. 19:7-11.
Eliabe — Judeu Desqualificado para o Reinado

Uma profecia proferida no leito de morte pelo patriarca Jacó tornou claro que o reinado seria algum dia exercido pelos descendentes de Judá, seu quarto filho. Jacó disse: “O cetro [a soberania régia] não se afastará de Judá, nem o bastão de comandante [autoridade de comando] de entre os seus pés, até que venha Siló [o Messias]; e a ele pertencerá a obediência dos povos.” (Gên. 49:10) Mas, quem seria o primeiro judeu a exercer a autoridade e o poder régios?

Esta pergunta recebeu resposta mais de 600 anos após Jacó ter feito sua declaração profética. O profeta Samuel foi enviado a Belém, a fim de ungir ali como Rei um dos filhos do judeu Jessé. Do ponto de vista humano, a escolha lógica recairia sobre o primogênito de Jessé, Eliabe. Ele era homem de notável aparência, alto e bonito. Vendo-o, Samuel disse a si mesmo: “Seguramente está perante Yehowah o seu ungido.” (1 Sam. 16:6) Mas, não era. A palavra de Deus dizia: “Não olhes para a sua aparência e para a altura da sua estatura, pois o rejeitei. Porque não como o homem vê é o modo de Deus ver, pois o mero homem vê o que aparece aos olhos, mas quanto a Yehowah, ele vê o que o coração é.” (1 Sam. 16:7) Um incidente posterior na vida de Eliabe ilustra bem por que não era apto para o reinado.

Quando irrompeu guerra entre os filisteus e os israelitas, Eliabe foi convocado para o exército do Rei Saul. Ele, junto com os demais homens, ouviram o campeão filisteu, Golias, lançar o desafio: “. . . Eu mesmo escarneço das fileiras combatentes de Israel no dia de hoje. Dai-me um homem e lutemos entre nós!” — 1 Sam. 17:8-10



Como reagiu Eliabe? Demonstrou fé na capacidade de Yehowah para torná-lo bem sucedido na luta contra Golias? Não, Eliabe não fez nenhum esforço para adotar uma atitude corajosa. Evidentemente, compartilhava da reação dos demais israelitas. A Bíblia relata: “Quando Saul e todo o Israel ouviram estas palavras do filisteu, então ficaram aterrorizados e com muito medo.” — 1 Sam. 17:11.

O filisteu Golias continuou a escarnecer de Israel, cada manhã e cada tarde, durante 40 dias. (1 Sam. 17:16) Durante este tempo, Jessé enviou seu filho mais moço, Davi, que era a escolha de Yehowah para o reinado, para levar ao acampamento israelita gêneros alimentícios para Eliabe e dois de seus irmãos, bem como para o chefe do milhar de homens. Jessé disse a Davi: “Deves tomar nota do bem-estar de teus próprios irmãos e deves trazer deles algum sinal.” (1 Sam. 17:18) De modo que Jessé, pelo visto, queria saber como seus três filhos estavam passando e desejava um “sinal” ou evidência de estarem vivos e bem.

Chegando ao lugar, Davi ouviu um grito de guerra. Deixando os suprimentos com o guardião da bagagem, correu depressa até a linha de batalha, para falar com seus irmãos. Enquanto lhes perguntava sobre o seu bem-estar, Golias tomou posição e levantou a voz para escarnecer do exército israelita. Quando Davi se mostrou interessado, perguntando sobre isso a alguns homens por perto, Eliabe ficou irado. — 1 Sam. 17:20-28.

Dirigindo suas palavras a Davi, Eliabe disse: “Por que é que desceste? E com quem deixaste aquelas poucas ovelhas lá no ermo? Eu mesmo conheço muito bem a tua presunção e a ruindade do teu coração, pois desceste com o fim de ver a batalha.” (1 Sam. 17:28) Eliabe não procurou saber dos fatos, mas chegou a uma conclusão precipitada a respeito de seu irmão, deu a entender que Davi não se importava com as pancas ovelhas, sendo que a perda mesmo só de uma teria sido um sério golpe para a família. Mas, nada podia ter sido mais longe da verdade. Em defesa do rebanho de seu pai, Davi já havia matado tanto um urso como um leão. (1 Sam. 17:34, 35) Ao expressar sua preocupação com as ovelhas, Eliabe mostrou também uma atitude desequilibrada. Ficou irritado com um assunto menor, em comparação com a questão muito maior suscitada por Golias. O filisteu havia na verdade vituperado a Yehowah, o Deus de Israel — algo que Davi reconheceu claramente.

Baseado em mera suposição, Eliabe foi ainda mais longe. Acusou Davi de ser presunçoso, de ter vindo arrogantemente, por iniciativa própria, à cena da batalha. Julgou também Davi como tendo motivação errada, como tendo coração mau. O motivo que Eliabe apresentou para isso era: “Pois desceste com o fim de ver a batalha”. Isto deu a entender que Eliabe achou que seu irmão mais moço quis fugir de seu trabalho, a fim de ver algo emocionante.

Defendendo-se das falsas acusações, Davi respondeu: “Que fiz agora? Não foi apenas uma palavra?” A bem dizer, Davi falou: ‘Que base tens para as tuas acusações? O que foi que fiz realmente? Não tenho direito de fazer perguntas, para saber o que está acontecendo?’ Com isso terminou o assunto. Davi fez indagações adicionais, e, por fim, passou a mostrar profunda fé em Yehowah, obtendo a vitória sobre Golias. — 1 Sam. 17:29, 36-51.

Quão vigorosamente este incidente ilustra por que Eliabe não era a melhor escolha para o reinado! Sem qualquer evidência real, prontamente atribuiu motivação errada ao seu irmão Davi. Faltava-lhe plena fé em Deus, não fazendo nada a respeito da zombaria do filisteu Golias. Deixou de entender a importância vital de limpar o nome de Yehowah do vitupério do filisteu, parecendo mais preocupado com umas poucas ovelhas. Ora, um homem com tal deficiência na fé, coragem e critério equilibrado não seria a escolha de Deus para o reinado. O Examinador de corações, Yehowah, não se enganara na escolha do filho mais moço de Jessé, Davi, preterindo o primogênito. — 1 Sam. 13:14.
Apóstolo Paulo — Zeloso pela Justiça
E as características notáveis evidenciadas por Jesus Cristo, o Filho de Deus, enquanto estava na terra, estava seu amor ao que era direito e seu ódio ao que era errado. Por exemplo, ele não media palavras quando expunha os hipócritas religiosos dos seus dias. Assim como se predissera a seu respeito, ‘amava a justiça e odiava a iniqüidade’. — Sal. 45:7; Mat. 23:2-32; João 8:44.

Um exemplo notável de alguém que claramente imitava a Jesus neste respeito era o apóstolo Paulo. De fato, mesmo antes de se tornar seguidor de Cristo, já era extremamente zeloso pelo que cria ser direito. Neste respeito, Paulo nos diz: “Eu perseguia a congregação de Deus e a devastava até o excesso, e . . . eu era . . . zeloso das tradições de meus pais.” Ele diz também: “Se qualquer outro homem acha que tem base para ter confiança na carne’ eu ainda mais; . . . com respeito ao zelo, perseguindo a congregação; com respeito à justiça que é por meio de lei, um que se mostrou inculpe.” — Gál. 1:13, 14; Fil. 3:4-6.

Quando se tornou cristão, continuou a ser zeloso, mas o seu zelo tomou então a direção certa. “Começou imediatamente, nas sinagogas, a pregar Jesus, que Este é o Filho de Deus. . . . Saulo [Paulo] adquiria ainda mais poder e confundia os judeus que moravam em Damasco, ao provar logicamente que este é o Cristo.” (Atos 9:20, 22) Ele falava “denodadamente no nome do Senhor; e falava e discutia com os judeus que falavam grego. Mas estes fizeram tentativas para o eliminarem”. Paulo disse que os outros deviam ser imitadores dele assim como era de Cristo. Faz isso? — Atos 9:28, 29.

O apóstolo Paulo mostrou seu ‘ amor pela justiça e seu ódio ao que era mau por se empenhar numa forte luta contra os desejos pecaminosos de sua carne. Não cedeu em fraqueza ao pecado. De fato, conforme ele diz: “Amofino o meu corpo e o conduzo como escravo, para que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não venha a ser de algum modo reprovado.” — 1 Cor. 9:27; Rom. 7:15-25.

Paulo mostrou também zelo pela justiça nos tratos com seus irmãos. Assim, quando Paulo veio à Antioquia, resistiu a Pedro “face a face, porque se tornara condenado. Pois, antes da chegada de certos homens da parte de Tiago, ele costumava comer com pessoas das nações; mas, ao chegarem, passou a retirar-se e a separar-se, temendo os da classe circuncisa.” O amor que Paulo tinha à justiça não podia suportar tal fingimento da parte do apóstolo Pedro. — Gál. 2:11-14.

Paulo mostrava este mesmo zelo pela justiça nos tratos com os de fora da congregação, que se lhe opunham. Ele poderia ter subornado o Governador Félix e assim obtido seu livramento, mas negou-se a fazer isso por causa de seu amor à justiça. (Atos 24:25-27) E quando compareceu perante o Governador Festo, negou-se a aceitar uma transigência para agradar seus opositores judaicos, mas apelou para César. — Atos 25:9-12.

Observado também nas suas cartas: O zelo que Paulo tinha pela justiça destaca-se também nas suas cartas. Assim, ele escreveu àcongregação coríntia, que havia tolerado a presença de um homem imoral no seu meio: “Expulsai o perverso do meio de vós.” (1 Cor. 5:13) Note também quão cheias de indignação justa são as suas palavras adicionais àqueles cristãos: “O quê! não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?” “O quê! Não sabeis que aquele que se junta a uma meretriz é um só corpo?” “O quê! Não sabeis que o corpo de vos em conjunto é o templo do espírito santo no vosso íntimo?” (1 Cor. 6:9, 16, 19) Superintendentes, pastores do povo de Deus hoje em dia, mostram ter um zelo igual por manter a congregação limpa?

Para os que não praticavam o que pregavam, Paulo tinha palavras similarmente fortes de condenação: “És inescusável, ó homem, quem quer que sejas, se julgares; pois, nas coisas em que julgas outro, condenas a ti mesmo, visto que tu, que julgas, praticas as mesmas coisas. . . . Tu, que pregas: ’Não furtes’, furtas? Tu, que dizes: ‘Não cometas adultério’, cometes adultério?” (Rom. 2:1, 21, 22) Advertiu repetidas vezes seus irmãos: “Não sejais desencaminhados”, e, novamente: “Um pouco de fermento leveda a massa toda.” — 1 Cor. 6:9; 15:33; Gál. 6:7; 1 Cor. 5:6; Gál. 6:9.

Seu zelo pela justiça mostrou-se também na sua preocupação com a verdade: “Mesmo que nós ou um anjo do céu vos declarássemos como boas novas algo além daquilo que vos declaramos como boas novas, seja amaldiçoado.” Não contente com fazer esta maldição uma vez, repetiu-a. (Gál. 1:6-9) E a respeito dos que procuravam levar seus irmãos de volta à servidão do judaísmo, ele disse: “Quisera eu que os homens que estão tentando subverter-vos ficassem eles mesmos emasculados.” Por que podia falar com tanta força? Por causa de sua confiança: “Digo a verdade em Cristo; não estou mentindo.” — Gál. 5:12; Rom. 9:1.

E que prova não temos do zelo que Paulo tinha pela justiça naquilo que ele suportava! “São ministros de Cristo? Respondo como louco: eu o sou ainda mais destacadamente: em labores mais abundantemente, . . . em vergões até o excesso, muitas vezes perto da morte. Dos judeus recebi cinco vezes quarenta golpes menos um, três vezes fui espancado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no profundo.” Depois de relatar muito mais coisas que suportou, ele fala de sua preocupação com o bem-estar espiritual dos outros: “Quem tropeça, e não estou eu enfurecido?” Sim, enfurecido por causa de sua indignação justa com as transgressões. — 2 Cor. 11:23-33.

Que belo exemplo o apóstolo Paulo deu a todos os cristãos, e especialmente a todos os superintendentes e pastores na congregação cristã! Quanto ele tomava a sério seu ministério! Continuava a gastar-se a favor dos outros. (2 Cor. 12:15) Não há dúvida de que imitava a Jesus no seu zelo pela justiça e no seu ódio ao que era contra a lei.

Se tivermos um zelo similar, faremos tudo o que pudermos para promover as boas novas. Não nos refrearemos em pregar a outros sobre nosso rei Jesus Cristo, devotando a isso quanto tempo nossa situação permitir. Nós também nos gastaremos a favor de nossos irmãos. Mostraremos assim que colocamos o serviço de Deus em primeiro lugar na nossa vida e que consideramos tudo o mais que possa tentar-nos, para afastar-nos dele, como uma “porção de refugo” (ou, “lixo”), assim como Paulo fez. (Fil. 3:8) E assim, iguais a Paulo, poderemos esperar ser recompensados com vida eterna. — 2 Tim. 4:8.

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