sexta-feira, 16 de março de 2012

DOIS CAMINHOS E UMA DECISÃO


Introdução
Apesar da sua posição privilegiada na criação, muitas vezes, o homem simplesmente se nega a reconhecer o desígnio para o qual foi criado, tomando o mesmo caminho de Adão, o qual acabou caindo no abismo do pecado e do fracasso porque preferiu obedecer à voz da Serpente, virando o rosto para o seu Criador.
Deus havia proposto uma escolha para a humanidade: ou o caminho da obediência, que conduz à vida; ou o caminho da desobediência, que conduz à morte. O primeiro homem escolheu a segunda opção, e o pecado e a morte passaram a toda a sua descendência. A despeito disto, Deus proveu salvação e vida eterna por intermédio de Seu Filho, Jesus Cristo, que nos exorta com amor:
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7.13,14
O Senhor Jesus Cristo lançou mão de uma linguagem simbólica para nos falar sobre dois estilos de vida que marcam a trajetória de todo o ser humano: o da porta larga e o da porta estreita. Cada um de nós entrará 3
por uma dessas portas, e encontrará seu destino: ou a perdição, ou a salvação.
É importante frisar que Jesus não impôs em momento algum o estilo de vida que devemos seguir. Ele apenas apresentou dois caminhos e propôs uma escolha, que caracterizaria um estilo de vida. Jesus também não pré-determinou quem deveria entrar pela porta larga, tampouco quem deveria entrar pela porta estreita. Ele somente predisse que poucos encontrariam a porta estreita e entrariam por ela. Isso porque a escolha cabe a cada um de nós.
Além de mostrar essas duas opções, Jesus também revelou o resultado final para quem preferiu seguir uma vida de facilidades, no mundo, e para quem escolheu trilhar uma vida difícil, de piedade, pelo caminho estreito que leva à vida eterna.
Capítulo 1
Porta larga, um estilo de vida fácil
Lembremos o que Jesus disse em Mateus 7.13: Porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.
Esta linguagem metafórica e este simbolismo usado pelo Mestre assinalam o estilo de vida de quem escolheu uma vida de prazeres mundanos. Entre tantas outras, são estas as atitudes que marcam a vida de quem preferiu entrar pela porta larga: viver no pecado, amar o mundo, considerar Deus apenas um detalhe e estabelecer a sua própria escala de valores espirituais.
Pecar é transgredir as normas estabelecidas por Deus. É errar o alvo, desobedecer e infringir às leis do Criador — o que implica dívida, em aramaico chobâ.
"Pastor, o que é pecado no sentido prático? O que é pecado no dia-a-dia de uma pessoa?", você pode perguntar. Para responder a esta pergunta, citemos a carta do apóstolo Paulo aos Galatas 5.19-21:
As obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutona-rias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
As obras da carne 4
Analisemos alguns desses pecados relacionados nos dois versículos citados. Essas obras da carne caracterizam um estilo de vida pecaminoso de quem escolheu a porta larga.
Prostituição, a primeira palavra que aparece no texto original, em grego, é pornéia, e faz referência a todos os pecados da área sexual, entre os quais destacamos o adultério, que envolve relacionamentos extraconjugais entre pessoas solteiras e casadas, ou entre casadas, e a fornicação, praticada por solteiros.
A lascívia, terceira palavra citada no texto de Paulo, significa uma sensualidade exacerbada, libidinosa, desregrada, que leva uma pessoa a viver em função de sexo. Grande parte da sociedade adota esse princípio que caracteriza a porta larga e o estilo de vida fácil.
O texto fala ainda de impureza, a qual contamina a alma e o corpo pelas práticas mundanas, e de bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, como o alcoolismo e o vício das drogas.
Já a palavra idolatria, no texto, não faz referência apenas à adoração de imagens, mas ao sentimento de amor ou paixão por alguém ou alguma coisa que ocupa o lugar de Deus no coração do ser humano. Há pessoas que idolatram seu cônjuge ou seus filhos, e outras obcecadas pelo carro ou por um time de futebol.
A idolatria, disfarçada de egoísmo, egolatria ou avareza, é um pecado muito comum na vida moderna, marcada pelas distorções nos valores e nos relacionamentos humanos. O ser humano, escravizado pela idolatria dos bens de consumo, inverte suas prioridades ao valorizar mais os bens materiais do que as pessoas, e mais as coisas transitórias do que as eternas, desprezando Deus, a santidade da vida, os valores morais e espirituais.
Hoje em dia, o ter é mais importante do que o ser, por isso é mais bem tratado e honrado pela sociedade quem veste roupas de grifes famosas, possui carros caros e mora em bairros nobres. O que na verdade está em evidência não é a pessoa, mas sim os bens materiais que ela possui. Isto está revestido de certa "magia", que lhe imprime valor e aumenta a sua "cotação" no mercado das relações sociais. Isto gera a acepção de pessoas, terminantemente condenada na Bíblia Sagrada em Tiago 2.1-8, e vai de encontro ao primeiro mandamento do Senhor, que diz:
O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. Marcos 12.29,30
Continuemos a analisar as obras da carne descritas em Gaiatas S.19-21. Feitiçaria, o quinto pecado citado nesse texto, é expressamente 5
proibido por Deus em Deuteronômio 18.9-13. Envolve superstições, o ocultismo e até a rebelião, pois, como é lembrado em l Samuel 15.23: a rebelião é como o pecado de feitiçaria. Também envolve os fetiches, objetos aos quais se atribui poderes sobrenaturais, marcam culturalmente a identidade dos nossos adolescentes e afetam a vida espiritual deles, criando fantasias pagas no imaginário.
Porfias, o sétimo pecado citado em Gaiatas 5.19-22, faz referência às discussões descabidas, contendas, polêmicas, rivalidades, teimosias, obstinações, e é uma das estratégias satânicas para desencaminhar a Igreja. Semear contendas, porfiar, é um pecado que o Senhor abomina (Provérbios 6.16-19).
O Corpo de Cristo muito tem sofrido com as discussões desnecessárias e brigas pessoais. Sendo assim, em vez de contender, procure estar em paz com o próximo, dando provas de amor e caridade, conforme manda a Bíblia, sabendo que o Senhor apresentou dois caminhos: o caminho estreito leva à vida eterna; e o caminho largo, à perdição eterna. E propôs uma escolha.
Sigamos o exemplo de Abraão, que procurou aplacar o conflito entre os seus pastores e os pastores de Ló.
O Senhor havia abençoado esses dois patriarcas; em decorrência disso, a terra se tornara demasiadamente pequena para ambos. A situação insustentável somente foi resolvida após Abraão tomar uma sábia atitude:
Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda. Gênesis 13.8,9
As guerras e pelejas originaram-se dos deleites (leia-se carnalidade), conforme escreveu Tiago 4.1. Duas pessoas não andarão juntas se estiverem em desacordo. Por isso o inferno tenta enfraquecer o Corpo de Cristo semeando a discórdia entre os irmãos. Porém, tão certo como o nascer do sol, a Igreja invisível, edificada na Rocha eterna, há de vencer as hostes espirituais da maldade!
Já as emulações significam rivalidades. O homem dominado por este pecado peleja para se igualar ou superar o próximo em todas as áreas. Motivado pela ambição perniciosa, costuma competir pelos melhores lugares, estimulando a concorrência.
Na parábola do semeador, em Marcos 4.19, essas pessoas representam a semente que morreu sufocada entre os espinhos. No intenso esforço para alcançar os seus objetivos, muitas vezes de forma ilícita, elas acabam sendo tragadas pelas limitações humanas e esquecem 6
que Deus apresentou dois caminhos: o caminho estreito para a vida eterna, e o caminho largo para a perdição eterna. E propôs uma escolha.
A inveja também citada entre as obras da carne, em Gaiatas 5.19-21, é geralmente acompanhada por um sentimento de desgosto ou pesar pelo bem e felicidade alheia.
A história bíblica mostra exemplos de personagens que foram dominados por esse espírito, entre eles Saul, que várias vezes tentou matar Davi. Saul sentia que Deus o rejeitara como rei sobre Israel, e revoltou-se porque as mulheres cantavam em homenagem a Davi, após esse voltar vitorioso das batalhas (l Samuel 18.8-10). Por isso, diz a Bíblia, Saul ainda mais odiava Davi e tratou de criar-lhe uma armadilha, mandando-o à frente de grandes batalhas contra os filisteus, para que Davi fosse morto pelas mãos dos inimigos.
Há dois caminhos, e uma escolha. Quem alimenta sentimentos de inveja, como Saul, segue o caminho largo para a perdição, e despreza a porta estreita, que leva ao céu.
Jesus disse em Mateus 7.14: É porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. A porta é estreita, o caminho apertado, e poucos são os que encontram esse caminho que conduz à vida. Em outras palavras, a porta que leva ao céu e às bênçãos espirituais está aberta para quem quiser entrar. Contudo, poucos entram por ela, porque ela é estreita e requer daqueles que a ultrapassem renúncia quanto ao estilo de vida mundano e obediência a Deus, para alcançar a salvação em Cristo.
Sendo assim, queremos destacar pelo menos duas atitudes que deve ter quem escolheu entrar pela porta estreita: renunciar a si mesmo e seguir Jesus.
Primeira atitude: renunciar a si mesmo
E dizia [Jesus] a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9.23
Renunciar a nós mesmos é renunciar o que atrai a nossa natureza com mais veemência, levando-nos a pecar. Este mundo tem muita coisa que atrai a nossa natureza. Então, se desejamos seguir Cristo pelo caminho apertado, devemos estar dispostos a renunciar a nós mesmos, às solicitudes da nossa carne e à nossa vã maneira de viver.
Você quer passar pela porta estreita? Renuncie a si mesmo. Isto implica dizer não aos desejos que levam à morte espiritual e às obras da carne!
Muitos estão enganados com um "evangelho de facilidade", um "evangelho de moleza". Eles costumam aconselhar: "Não se preocupe, irmão, você é novo convertido e não há problema algum em continuar 7
nesse tipo de trabalho ou de prática ilícita". Isso é banalizar o evangelho. Se nos deixarmos levar por nossa natureza carnal, acabaremos não renunciando a nada.
O que é a renúncia? Em termos bíblicos, é abdicar de nossa vontade em prol da vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável. A renúncia verdadeira nasce no coração do homem; é uma decisão individual, geralmente motivada pela necessidade de algo superior, capaz de preencher o vazio da alma humana. É o resultado de um arrependimento sincero, e resulta na decisão de mudar de estilo de vida.
Um evangelho sem renúncia e mudança de vida, que permita à pessoa continuar no mesmo estilo de vida dissoluta e cheia de pecado, não é o evangelho de Jesus Cristo; é o da porta larga. Evangelho de verdade é o da porta estreita e do caminho apertado, que conduz à vida eterna e à vitória. Sendo assim, fuja da porta larga!
É claro que renunciar a si mesmo e viver para Cristo não implica viver fora do mundo nem deixar de relacionar-se com as pessoas. Se assim fosse, conforme argumentou Paulo com os cristãos de Corinto, seria necessário sair do mundo (l Coríntios 5.10).
Capítulo 2
Cristo, o Caminho verdadeiro
Em Suas últimas instruções aos discípulos, em João 14.6,7,9, vemos as veementes palavras de nosso Senhor Jesus Cristo aos discípulos, em resposta a Tome, que disse não saber o caminho para Deus:
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto. Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Segunda atitude: seguir Jesus
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9.23 8
De acordo com esse texto, para seguirmos Jesus, temos de submeter-nos a três condições: negarmos a nós mesmos, tomarmos a nossa cruz e acompanharmos o Mestre.
1. Negar a si mesmo
Conforme falamos no capítulo anterior, converter-se a Cristo exige renúncia; contudo, não basta apenas a disposição de renunciar. A motivação também conta. Ou seja: em quem cremos e no que cremos faz toda a diferença.
Se não fosse assim, Deus teria se agradado dos muçulmanos, dos hindus, dos fariseus.
Os muçulmanos, por exemplo, levam uma vida de extrema renúncia. E, como prova de estrita obediência ao Alcorão, até cometem o suicídio em nome de Alá.
Os religiosos indianos se auto flagelam. Em um ritual sangrento, deixam que lhes furem as costas com anzóis e saem às ruas puxando carroças, para mostrar publicamente sua renúncia à dor e dedicação aos deuses hindus.
Muitos religiosos legalistas hoje em dia adotam a mesma atitude radical dos escribas e fariseus, que impunham uma série de cláusulas extras à lei mosaica, como se este fardo pesado fosse agradar a Deus (ver Lucas 11.46).
Contudo, o Senhor condena esse tipo de extremismo e de renúncia como um fim em si mesmo. Nossa renúncia ao pecado e ao egoísmo deve visar à santidade, à comunhão com Deus, mas também ao bem de nosso próximo. Por isso, Ele requer que sejamos longânimos com os fracos, a fim de ganhá-los para Cristo pelo amor.
Para um verdadeiro cristianismo, deve-se ter amor ao próximo, conforme ensinou Jesus em Lucas 10.27: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Com esse resumo dos mandamentos, Jesus combateu o farisaísmo judaico, fazendo menção à lei de Moisés (Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18).
2. Tomar a cruz
De acordo com Lucas 9.23, a segunda condição para seguir Jesus, a qual serve de parâmetro para quem escolheu seguir pela porta estreita, é tomar a cruz.
Jesus tomou a Sua cruz, símbolo de vergonha e instrumento de execução para os condenados, carregando-a até o fim.
Os malfeitores carregavam sua própria cruz até o local da execução e nela eram pregados, para que fosse executada a sentença de morte estabelecida pelas autoridades da Roma antiga. No suplício da cruz, o 9
malfeitor testemunhava a sua derrota e levava sobre si a vergonha diante de toda a nação.
O cristão, como o Mestre, deve carregar a sua cruz até o fim. Nossa cruz implica renúncia aos nossos interesses pessoais e sofrimento para que a vontade de Deus seja cumprida em nossa vida.
Sendo assim, a cruz representa a humilhação, o sofrimento, a morte do velho eu, mas também a condição de renascimento para uma nova vida. Na cruz, morremos em Cristo e ressuscitamos com Ele em novidade de vida.
As quatro direções para onde a cruz aponta representam [verticalmente] a união do plano celestial ao terrestre e [horizontalmente] a universalidade da salvação, quebrando as barreiras que separavam [espiritualmente] judeus e gentios, escravos e livres, homens e mulheres (ver Gaiatas 3.28).
3. Seguir Jesus
Para garantir a expansão do evangelho [e lançar as bases da Igreja], Jesus elegeu os doze apóstolos. Entre eles, estavam Pedro, André, Tiago, João e Mateus, que prontamente atenderam ao chamado do Mestre, que disse com autoridade e candura: "vem e segue-me".
Aos discípulos de Jesus foi ensinada progressivamente sua missão e revelado o ministério da pessoa de Cristo. Eles entenderam que seguir o Mestre não implicava somente aderir ao Seu ensinamento moral e espiritual, mas também sofrer como bom seguidor do Messias. Contudo, antes do Pentecostes, os discípulos pareciam despreparados para estas experiências, pois na aflição do Mestre, no Getsêmani, não puderam velar nem uma hora com Ele. E, nas horas mais cruciais em que Jesus estava sendo conduzido ao julgamento, Pedro seguiu-o de longe e negou-o três vezes.
Veja o que esse discípulo perguntou em Mateus 19.27: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos? Antes de entender o plano de salvação e o propósito do apostolado, Pedro estava mais preocupado com o seu futuro do que com a missão de fé delegada por Jesus.
Jesus exigiu de Seus discípulos, entre outras coisas, o desapego total, a renúncia aos prazeres e à sabedoria mundanos, às riquezas e à segurança. Muitos deles tiveram de deixar sua casa, seus familiares, sua profissão e suas tradições religiosas para seguir o Mestre. Muitos morreram, porque não negaram a sua fé. E foi assim que o evangelho chegou até nós.
Muitos podem ser chamados à salvação, mas nem todos querem cumprir as condições de Jesus para que ela se efetue, como foi o caso do jovem rico (Mateus 19.16-22). Isso porque seguir Cristo implica 10
reconhecer o sacrifício dele na cruz, mas também crer e imitar as atitudes do Mestre. É prestar-lhe total obediência, baseada na fé na Palavra de Deus, e não em rituais, coisas exteriores.
Seguir Jesus é aceitá-lo como único e suficiente Salvador da nossa vida, arrepender-nos de nossos pecados e deixarmos que o poder do evangelho nos transforme. É termos uma conduta de vida diferenciada. Isto implica entrar pela porta estreita, e seguir o Mestre pelo caminho apertado que conduz à vida eterna.
Resultados do estilo de vida da porta larga
Qual é o fim desse estilo de vida? A morte, pois como lembrou Jesus: Larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela (Mateus 7.13).
Esse tipo de vida que grande parte da nossa sociedade vive leva à perdição. E você sabe qual é o fim da perdição? O inferno, a morte eterna da alma e do espírito, a segunda morte. Este é o destino dos ímpios: Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus (Salmos 9.17). Porque o salário do pecado é a morte... (Romanos 6.23).
Segundo o Dicionário de Teologia Bíblica de Johannes B. Bauer, este texto fala de morte eterna. Perdição não é nada mais do que o próprio inferno. Interessante é que na Bíblia Jesus falou mais do inferno do que do céu. A palavra inferno vem do latim infernus, inferior, que fica embaixo.
É o nome dado ao lugar de castigo onde serão lançados os condenados, o diabo e seus demônios.
E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso projeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. Apocalipse 20. l O
No Antigo Testamento, esse lugar abaixo da terra é chamado de Sheol. E para onde vai a alma das pessoas falecidas, tanto as boas quanto as más (Gênesis 37.25).
De acordo com a parábola do rico e de Lázaro, havia apenas um abismo separando os justos, num local de consolo (o Seio de Abraão), dos ímpios, num lugar de tormento (ver Lc 16.19-31).
No Novo Testamento, o termo usado em grego é hades, também chamado de geena (Marcos 9.43). É um lugar onde os condenados à morte eterna serão atormentados pelo fogo.
Atente para o que o apóstolo disse em 2 Pedro 2.17: Estes [os ímpios] são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva.
Este texto fala sobre um lugar de densas trevas, uma das coisas mais terríveis para o ser humano. O indivíduo vai sofrer sozinho, sem ninguém 11
para ajudá-lo, sem sentir a presença graciosa de Deus. Antes, vai ouvir urros, gritos e gemidos terríveis de demônios.
A alma do homem pecador lançada no inferno terá plena consciência de sua existência, e saberá por que foi lançada naquele tenebroso lugar de tormento.
A alma é a sede da inteligência, dos sentimentos, da vontade e do domínio próprio. O indivíduo que vai para o inferno vai saber que está lá. E o que ensina a passagem do rico e Lázaro, em Lucas 16.19-31.
Jesus revelou que o inferno é um lugar de pranto e ranger de dentes (Mateus 25.30). Essas imagens de choro e ranger de dentes evocam dor, solidão, raiva e o desespero terrível dos perdidos, que ouvirão de Deus: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25.41).
Deus é misericordioso e não quer que ninguém se perca, por isso designou Moisés e os profetas para anunciarem ao mundo a lei divina e o Salvador da humanidade.
Séculos depois, o próprio Messias, o Filho de Deus, o Verbo encarnado, manifestou-se à humanidade. Contudo, muitos continuam a não dar ouvidos. Preferem o caminho de morte. Eles não poderão culpar Deus por suas escolhas. O Senhor respeita o livre arbítrio do homem. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Romanos 14.12).
No último dia, você terá de prestar contas a Deus das escolhas que fez. Ele colocou à disposição do homem dois caminhos: um estreito, com destino ao céu; e outro largo, com destino ao inferno. Se você entrar pela porta larga, encontrará o caminho espaçoso, um estilo de vida fácil, que o conduzirá à perdição eterna; se entrar pela porta estreita, encontrará um caminho árduo, um estilo difícil, diferente do mundano, mas que o conduzirá à vida eterna. Entre pela porta estreita! Permaneça no caminho apertado! Desfrute do céu! A escolha é sua. Qual é o estilo de vida que você quer? Quem decide é você.
Resultados do estilo de vida da porta estreita
A porta é estreita, o caminho é apertado, e pouca gente escolhe seguir por ele, pois implica um estilo de vida diferente do mundano. Mas este caminho conduz à vida eterna, com direito a um novo céu e urna nova terra, onde não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Apocalipse 21.1,4).
Neste texto, lemos que no céu não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor. Pelos séculos dos séculos, você estará com Cristo em glória e viverá em gozo na presença de Deus. Aleluia!
Associada à idéia de céu está a de paraíso, o lugar destinado aos salvos que morreram em Cristo. 12
No Dicionário de Teologia Bíblica, de Johannes B. Bauer, a origem da palavra em hebraico é pardês, do persa antigo pairidaezâ. Ela aparece três vezes no Antigo Testamento com o significado de jardim; o jardim de Deus (das delícias, o Éden). No Novo Testamento, o paraíso é um lugar supraterreno de felicidade eterna.
Paulo fala em 2 coríntios 12.2-4 de uma tremenda experiência espiritual durante a qual foi arrebatado ao terceiro céu (2 Coríntios 12.2-4). Em Apocalipse, João fala de um lugar celestial habitado pelos bem-aventurados. Referências prováveis ao paraíso.
Em suma, Deus destinou o homem à imortalidade. Mas, pela inveja do diabo, o pecado e a morte entraram no mundo. O Senhor, contudo, proveu em Cristo a salvação, o escape da morte eterna, e a regeneração do homem para uma nova vida de santidade, amor e prazer eterno na presença do Criador.
Todos temos o livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal, a morte e a vida, o gozo e castigo eterno, o céu e o inferno. Um desses destinos se tornará palpável para cada um de nós quando, no juízo final, Cristo apartar salvos e condenados, como o pastor separa os bodes das ovelhas.
E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à sua esquerda. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo... Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o Jogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos... Mateus 25.33,41
Que dia glorioso esse em que os remidos herdarão a salvação! Com um corpo transformado, glorificado, eles reinarão para sempre com o Senhor.
Optemos, pois, pela porta estreita, pelo caminho apertado, voltando ao primeiro amor e obedecendo aos mandamentos da Bíblia Sagrada. Somente assim teremos direito ao fruto da Arvore da vida, que Cristo prometeu aos vencedores (Apocalipse 2.7). Amém!

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